Agência EFE
ESPANHA - Especialistas no tratamento da aids destacaram hoje que 'em breve' surgirão novos remédios contra a doença, que controlarão o vírus, inclusive nas variantes mais resistentes.
A evolução do tratamento anti-retroviral nos últimos 25 anos, as alternativas atuais e futuras, a infecção dupla de HIV e Hepatite C e as perspectivas dos infectados foram alguns dos temas tratados no encontro que aconteceu em Valência, sob o lema - HIV, o vírus sitiado que continua resistindo- e reuniu especialistas e representantes de pacientes.
O chefe da Unidade de Doenças Infecciosas do Hospital Geral de Valência, Enrique Ortega, disse que - antes o HIV era sinônimo de morte e de desenvolvimento da aids, mas os novos tratamentos conseguiram fazer com que se torne uma doença crônica-.
- Em algumas ocasiões aparecem cepas resistentes a estes remédios por muitos fatores, como a capacidade do vírus, o déficit de absorção ou a negligência na condução do tratamento, como ocorre em outras doenças crônicas-, afirmou.
Ortega informou que estão aparecendo novos medicamentos que permitirão superar estas resistências.
- Temos remédios para as antigas formas do vírus e novos remédios para novas formas do vírus. Nos próximos anos vamos controlar bem o vírus, inclusive nas cepas resistentes-, afirmou.
Um destes medicamentos é o darunavir, que reduz significativamente a presença do vírus HIV nos doentes que não respondem aos tratamentos convencionais.
Por sua vez, o doutor Santiago Moreno, do Hospital Ramón e Cajal de Madri, disse que já foram superados muitos problemas derivados dos efeitos secundários dos primeiros tratamentos e do desenvolvimento de resistências.
- Atualmente, menos de 10% dos pacientes submetidos a tratamento apresentam carga viral detectável-, afirmou Moreno, que destacou a - excelente potência e tolerância- do darunavir.- O remédio permite tratar os pacientes que fracassam ou não respondem a outros tratamentos-, informou Moreno.
Ortega destacou que mais da metade dos pacientes com HIV também está infectado com Hepatite C. A cirrose hepática evolui mais rapidamente nestas pessoas, o que representa que a falha hepática crônica é uma das principais causas da morte nos afetados por HIV.