Agência EFE
GAZA - Cinco palestinos morreram nesta sexta-feira nos ataques aéreos israelenses à Faixa de Gaza, enquanto os milicianos palestinos continuaram a lançar foguetes contra Israel, em uma espiral de violência que não dá sinais de acabar.
Diante da situação, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, pediu à secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e ao ministro de Assuntos Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, que pressionem Israel para que ponham fim aos ataques aéreos, disse Nabil Abu Rudeina, porta-voz de Abbas.
A Presidência da ANP condenou duramente hoje as operações israelenses, pois 'o perigoso agravamento (da violência) leva a uma maior instabilidade na região', acrescentou Abu Rudeina.
Até agora 12 palestinos, entre milicianos e civis, morreram nos sete ataques aéreos israelenses ocorridos nos últimos dias na Faixa de Gaza.
Nos dois ataques israelenses desta sexta-feira, quatro dos cinco palestinos mortos eram militantes do braço armado do Hamas, enquanto a quinta vítima era um civil que estava socorrendo os feridos quando um segundo míssil atingiu o local onde ele estava.
O ataque aconteceu nesta madrugada e teve como alvo uma posição do grupo islâmico Hamas situada a leste da Cidade de Gaza, onde caíram pelo menos dois mísseis disparados pela Força Aérea israelense.
O Exército israelense afirmou em comunicado que o alvo atacado foi uma estrutura localizada nas imediações da passagem de Karni, utilizada como quartel-general de milicianos do Hamas, onde eram planejados ataques contra Israel.
Pela manhã, um avião israelense lançou um foguete contra uma posição do braço armado do movimento islâmico, as Brigadas de Ezzedeen Al-Qassam, próxima à localidade de Khan Yunes, no centro da Faixa de Gaza. Não há informações sobre feridos ou mortos.
Várias fontes militares citadas pela imprensa israelense afirmaram que o Exército continuará atacando alvos do Hamas na Faixa de Gaza 'o tempo que for necessário', apesar de não ter se decidido entre continuar com as operações aéreas ou propor uma invasão terrestre ao território palestino.
No domingo, o Conselho de Ministros israelense deve analisar em sua reunião semanal os passos a serem seguidos e, segundo várias fontes, não está descartada a intensificação da atual ofensiva destinada a impedir os ataques com foguetes.
- Todo aquele que se permitir atingir civis deve saber que eles e seus dirigentes pagarão um preço por isso, advertiu hoje o ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, durante uma reunião de seu partido, o Trabalhista, em Tel Aviv.
Peretz acrescentou que 'a comunidade internacional sabe que Israel fez o possível para manter a trégua'.
Já a ministra de Assuntos Exteriores de Israel, Tzipi Livni, afirmou durante um encontro com embaixadores estrangeiros que 'nos últimos dias mais de 60 foguetes foram disparados (de Gaza) com o objetivo de atingir civis, crianças e famílias', uma situação que descreveu como 'intolerável'.
Desde a terça-feira, as milícias palestinas continuaram disparando foguetes de Gaza contra localidades israelenses situadas a poucos quilômetros de distância, como Sderot, onde três pessoas ficaram feridas pelas faíscas provocadas por um projétil.
Pela manhã, pelo menos dez foguetes foram lançados contra Israel, e alguns caíram em uma escola, uma sinagoga e no cemitério de Sderot, embora a maioria tenha atingido espaços abertos, sem causar maiores danos.
Desde que os disparos dos projéteis se intensificaram, esta semana, mais de 90 caíram em território israelense. O total desde a assinatura do acordo de cessar-fogo, em novembro, chega a 400, segundo dados do Exército israelense.
No entanto, a organização israelense pró-direitos humanos B'Tselem exigiu em carta ao ministro da Defesa que garanta que o Exército não atacará alvos civis em Gaza e lembrou que 'o dano intencional a infra-estruturas civis constitui um castigo coletivo que também pode ser considerado crime de guerra'.