Agência JB
BAGDÁ - O oficial das Forças Armadas norte-americanas encarregado de comandar um importante campo de prisioneiros dos EUA no Iraque foi acusado de 'colaborar com o inimigo' e de manter relações inapropriadas, uma das quais com a filha de um detento, disseram os militares dos EUA na quinta-feira.
O tenente-coronel William Steele, comandante do 451o Destacamento da Polícia Militar, estava a cargo da área prisional do Camp Cropper, perto do aeroporto internacional de Bagdá.
- Ele está detido no Kuweit desde o mês passado devido a uma audiência relacionada com o artigo 32, uma audiência preliminar na qual provas serão apresentadas para ser decidido se ele será ou não enviado a uma corte marcial-, afirmou a tenente-coronel Josslyn Aberle, porta-voz das Forças Armadas dos EUA.
Saddam Hussein passou seus últimos dias nesse campo antes de ser executado, em dezembro. Há mais de 3.000 pessoas detidas ali.
Steele foi acusado de 'colaborar com o inimigo' ao fornecer telefones celulares a alguns detentos, afirmaram os militares norte-americanos em um comunicado.
O oficial também é acusado de manter relações inapropriadas com um tradutor e com a filha de um detento, bem como por manter em sua posse vídeos pornográficos.
Os crimes teriam sido cometidos entre outubro de 2005 e fevereiro de 2007.
- Essas acusações são meramente acusações de má conduta. O tenente-coronel Steele é inocente até que se prove em contrário-, afirmou o comunicado.
Ex-membros do alto escalão do governo liderado por Saddam são mantidos em Cropper. Mas as Forças Armadas dos EUA confirmaram apenas na quinta-feira, pela primeira vez, que Saddam não ficou ali, mas em uma outra instalação, essa secreta, e que só compareceu ao campo para realizar exames médicos.
O ditador iraquiano permaneceu em Cropper apenas nos dias que antecederam a execução dele, em 30 de dezembro.