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Grupo de direitos humanos diz que democracia filipina está doente

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Agência EFE

MANILA - A Comissão Asiática de Direitos Humanos (AHRC, sigla em inglês) afirmou hoje que a democracia filipina está doente, já que os militantes de esquerda são vítimas quase diariamente de execuções extrajudiciais, torturas e desaparecimentos, e o Estado não faz nada.

"As detenções ilegais, a apresentação de acusações forjadas, a tortura e desaparecimentos são um fato nas Filipinas. A incapacidade do sistema judiciário e político de responder adequadamente à violência subverte a democracia', diz um comunicado da ONG, com sede em Hong Kong.

A AHRC comparou a situação com a ditadura de Ferdinand Marcos (1965-1986), que suspendeu os direitos básicos e proibiu os partidos políticos.

"A democracia foi restaurada, mas as violações de direitos humanos continuam nas Filipinas. Em alguns casos, hoje são até piores', acrescenta o texto.

O grupo denuncia que muitos políticos, policiais e militares que colaboraram com a ditadura ocupam postos de responsabilidade no Governo. O clima de impunidade, além disso, permite a sucessão de crimes contra os ativistas dos grupos progressistas, favorecida pelo monopólio do poder nas mãos de uma minoria.

O grupo destaca a falta de uma resposta do Governo da presidente Gloria Macapagal Arroyo às denúncias do relator da ONU para crimes extrajudiciários, Philip Alston. Ele ligou alguns setores do Exército e da Polícia à onda de violência contra a esquerda.

A organização de defesa dos direitos humanos filipina Karapatan contabiliza mais de 800 assassinatos de ativistas da esquerda e de grupos sociais desde 2001, ano da chegada ao poder da presidente.