Agência EFE
JACARTA - Representantes das nações que formam o Grupo dos 33 (G33) concluíram hoje uma reunião de dois dias em Jacarta, na qual reafirmaram a unidade e a solidariedade dos países em desenvolvimento nas negociações sobre agricultura da Rodada de Doha, realizadas na Organização Mundial do Comércio (OMC).
"Os ministros e altos funcionários reafirmaram seu apoio completo, sua solidariedade e sua unidade a respeito do modo de tramitar questões como segurança alimentar, meios de vida e as necessidades de desenvolvimento, demandas que são parte integral da dimensão de desenvolvimento da Rodada de Doha', disse a ministra de Comércio da Indonésia, Mari Pangestu.
Em entrevista coletiva, a ministra indonésia - que presidia este encontro do G33 - pediu que os países participantes trabalhem pesado para utilizar a 'janela de oportunidade' e conseguir um final "bem-sucedido' nas negociações de Doha.
"Acho firmemente que todos os membros da OMC podem ser beneficiados por um acordo justo e equilibrado de Doha', disse.
Pangestu afirmou também que, 'no contexto da agricultura, a justiça prevê cortar as subvenções internas e as tarifas nos países desenvolvidos a um nível identificado como zona de aterrissagem dos países em desenvolvimento'.
"Em troca, nós, países em vias de desenvolvimento, teremos que fazer nossa contribuição, baseada no princípio da proporcionalidade. O equilíbrio virá por um princípio efetivo e operacional de tratamento especial e diferencial, o que, para o G33, significa criar produtos especiais e mecanismos de salvaguarda especiais', acrescentou.
Os mais de 120 delegados de 29 países reunidos na capital indonésia encerraram o encontro do G33 com a leitura de um comunicado conjunto, reiterando a necessidade de acabar o mais rápido possível com as distorções ao comércio geradas pelos subsídios e barreiras comerciais do setor agrícola nos países desenvolvidos.
O embaixador da Guatemala na OMC, Eduardo Sperisen Yurt, disse que estava 'muito satisfeito com o encontro'.
"O diálogo dentro do G33 é muito positivo e todos os países estão muito envolvidos', afirmou.
Os países reunidos definiram uma lista de indicadores para a seleção dos 'produtos especiais', em cuja elaboração, segundo o embaixador guatemalteco, houve 'acordo total'.
Sobre os mecanismos especiais de salvaguarda, o G33 afirma que estes são 'uma parte integral das modalidades das negociações de agricultura na OMC', e indicam que são o único modo de amortecer os danos que os aumentos da importação ou as reduções de preço podem representar para os agricultores dos países em desenvolvimento.
A nota conjunta também pede um impulso às negociações e que os países desenvolvidos 'traduzam seus compromissos políticos em movimentos concretos e concluam a Rodada de Doha'.
Os países do G33 ressaltam novamente aos países desenvolvidos que "a Declaração de Doha e a Declaração de Hong Kong contêm um claro mandato aos países da OMC para que garantam os interesses e necessidades dos países em desenvolvimento'.
Neste sentido, o G33 afirma que a retirada das barreiras de acesso nos mercados desenvolvidos contribuiria para alcançar os Objetivos do Milênio propostos pela ONU, a fim de reduzir a pobreza e aumentar o desenvolvimento no mundo até 2015.