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Fidel diz estar forte, mas pede paciência

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REUTERS

CARACAS - O líder cubano Fidel Castro disse na terça-feira no programa de rádio do presidente venezuelano, Hugo Chávez, que se sente mais forte e pediu paciência ao povo de seu país, enquanto se recupera de uma doença não revelada que o afastou do poder no ano passado.

É a primeira vez que Fidel, de 80 anos, fala ao vivo desde sua última aparição pública em 26 de julho de 2006, cinco dias antes de transferir temporariamente o poder ao seu irmão Raúl.

- Não posso te prometer ir direto para lá e te acompanhar numa dessas viagens. Mas sim, vou ganhando terreno, me sinto com mais energia, mais força e mais tempo para estudar - disse Fidel a Chávez, que comentava seus planos de viajar à Argentina e à Bolívia na próxima semana.

- Voltei a ser um estudante - disse Fidel rindo enquanto falava ao vivo com o presidente venezuelano, numa conversa que durou cerca de meia hora.

No diálogo, Fidel parecia articulado e comentou a forte queda registrada na Bolsa de Valores de Nova York na terça-feira, criticou o presidente norte-americano, George W. Bush, e falou com entusiasmo do aquecimento global do planeta.

A doença de Fidel, que segundo a televisão cubana estava mais 'forte e lúcido' na conversa com Chávez do que em sua última aparição televisiva, gerou rumores na imprensa mundial, alguns deles dando conta de que o líder cubano teria câncer terminal.

- A todo mundo, peço paciência e calma, que todos estejam tranquilos. O país marcha, que é o importante, e peço também tranquilidade para mim, para poder cumprir minhas novas tarefas - disse.

As últimas imagens de Fidel foram divulgadas no dia 30 de janeiro pela televisão estatal cubana por causa de uma visita do próprio Chávez, que comentou como se tornou a principal fonte de informação sobre a saúde do líder cubano.

- Você me transformou numa espécie de emissário ou de fonte. Aquele que quer saber como está Fidel, vem aqui, me liga, conversa comigo e eu, bem, sempre digo a verdade, o que está acontecendo: sua recuperação, seu exemplo, sua constância - disse o presidente venezuelano.

- Camarada, companheiro, você sabe que para isso não tenho complexos: te chamo de pai diante do mundo. Até a vitória sempre - disse Chávez. - Até a vitória sempre - respondeu Fidel antes de os dois encerrarem a conversa com o habitual 'Venceremos'.