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Operação israelense em Nablus fere ao menos 16 e derruba 30 casas

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Agência EFE

RAMALA - Militares israelenses feriram ao menos 16 palestinos, derrubaram cerca de 30 casas e detiveram dezenas de pessoas durante uma operação em Nablus, informaram hoje fontes da segurança nesta cidade do norte da Cisjordânia. Além disso, o Exército israelense mantém um cerco a um hospital da cidade e impede o acesso dos feridos ao local, segundo fontes deste centro médico. Fontes militares israelenses assinalaram que a operação continuará nos próximos dias e admitiram apenas a detenção de um membro da Jihad Islâmica, um dos alvos da ação militar.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, condenou a operação israelense por meio de um comunicado oficial no qual diz que se trata de 'uma agressão' e de 'um ato de sabotagem' contra o Acordo de Meca, que firmou as bases para um Governo de união nacional entre os islâmicos do Hamas e os nacionalistas do Fatah, grupo que é liderado por ele. Dois soldados israelenses também ficaram feridos quando militantes palestinos os atacaram, informaram fontes militares.

Os soldados - que começaram a operação na noite de sexta para sábado - foram atacados com blocos de cimento, bombas incendiárias e outros artefatos quando membros do corpo de infantaria do regimento Golani, dos blindados e da engenharia chegaram hoje ao centro da cidade. Segundo fontes palestinas, os soldados entraram em Nablus com mais de 100 veículos, entre jipes, carros blindados e escavadeiras, e por meio de alto-falantes instaram os residentes a informar sobre o paradeiro de seis milicianos procurados das Brigadas dos Mártires de al-Aqsa, filiadas ao movimento nacionalista Fatah.

O Exército impôs o toque de recolher a cerca de 50 mil moradores no centro e na parte antiga da cidade para buscar os procurados casa a casa. Todas as atividades na cidade foram paralisadas e os dois hospitais locais foram cercados. As tropas israelenses, segundo fontes palestinas, bloquearam os acessos a Nablus por meio de obstáculos de cimento e fecharam a Universidade de Al-Najah e as escolas. Segundo informações de fontes palestinas não confirmadas pelo Exército israelense, os militares conseguiram fazer transmissões pelas ondas da rádio palestina para chamar os militantes procurados a depor suas armas e se entregarem.

De acordo com um porta-voz militar israelense, até o momento, os soldados que participam da operação descobriram pelo menos dez artefatos explosivos e um laboratório de dinamite e armas. Supõe-se que as escavadeiras israelenses possam ser empregadas caso os milicianos palestinos se entrincheirem na cidade. As operações se intensificaram hoje após uma greve geral e uma manifestação promovidas pelos islâmicos do Hamas e os nacionalistas do Fatah para exigir que as forças de segurança da ANP ponham fim à anarquia e restabeleçam o império da lei contra diversas milícias.

Um porta-voz militar israelense informou hoje que um dos objetivos da operação é buscar também laboratórios de explosivos que operam clandestinamente em Nablus. Segundo testemunhas, as tropas israelenses contam com o apoio da Força Aérea e, pela primeira vez nos últimos anos, o Exército pôs blocos de cimento armado para impedir a entrada em Nablus, cerca de 70 quilômetros ao norte de Jerusalém.