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Líderes europeus pedem aos EUA ação contra mudança climática

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Agência EFE

WASHINGTON - O comissário europeu de Meio Ambiente, Stavros Dimas, e políticos e cientistas de diferentes países reunidos num colóquio internacional sobre a mudança climática, em Washington, pediram nesta quarta-feira aos Estados Unidos que atuem para evitar o aquecimento global.

- Cada vez que viajo aos EUA tenho que mudar a temperatura do termostato em meu hotel. No inverno faz muito calor, e no verão, muito frio - disse Dimas, para ilustrar a pouca eficiência energética americana.

Ele insistiu que é necessário um acordo internacional para enfrentar um fenômeno que, segundo os cientistas, ameaça a própria continuidade da vida na Terra. Mas é necessário que os EUA, 'o maior poluidor' do planeta, faça a sua parte.

Washington se nega a ratificar o Protocolo de Kyoto para a redução de gases do efeito estufa e tem feito poucos esforços na luta contra o atual processo de aquecimento global.

O Fórum de Legisladores sobre Mudança Climática, com a presença de Dimas, contará hoje e amanhã com a cerca de 80 legisladores e 100 funcionários governamentais e empresários das 20 nações com maior consumo de energia do mundo.

O fórum é parte do Grupo dos Oito mais Cinco (G8+5) sobre Mudança Climática, integrado por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Rússia, Reino Unido e EUA, mais os líderes de cinco países emergentes: Brasil, China, Índia, México e África do Sul.

Além de Dimas, Nicholas Stern, conselheiro do Governo britânico e autor do Relatório Stern, que avalia o impacto econômico do aquecimento global, pediu uma mudança na política ambiental americana, assim como o empresário Richard Branson, presidente do grupo Virgin.

Vários senadores americanos apontaram hoje uma 'crescente pressão' para que Washington aceite reduções obrigatórias dos gases do efeito estufa, causadores do aquecimento global. Mas o presidente George W. Bush se opõe à medida.

"Os anos de negação e falta de ação diante do aquecimento do planeta são parte do passado', afirmou o senador democrata Joe Lieberman, co-autor com o republicano John McCain de um projeto de lei para reduzir as emissões dos gases poluentes.

Lieberman disse estar convencido de que a iniciativa será aprovada em 2008 ou 2009.

McCain, senador pelo Arizona e candidato à Casa Branca em 2008, defendeu o uso de energia nuclear e o estabelecimento de um mercado de carbono. O mecanismo permitiria aos países mais ricos financiar a redução de emissões nos países em desenvolvimento. Seria uma opção financeiramente mais viável para alcançar o objetivo de um planeta mais limpo.

A chanceler alemã, Angela Merkel, também disse perceber uma mudança política em Washington. Vários senadores dos EUA que assistiram ao encontro disseram que existe interesse dos dois lados do espectro político.

Mesmo assim, Jeff Bingaman, o democrata que preside o Comitê de Energia do Senado, disse que ainda não existe consenso para uma legislação sobre o problema.

O ministro do Meio Ambiente britânico, David Miliband, teve que cancelar a participação no evento devido ao foco de gripe aviária no país.