Agência EFE
CARACAS - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, deu nesta quarta-feira as boas-vindas à viagem que seu colega dos Estados Unidos, George W. Bush, fará pela América Latina, e ressaltou que este ouvirá, nos países que visitar, o hino: 'Morte ao império americano!'.
- Com este grito te recebemos na América de Bolívar, San Martín, Abreu de Lima, Tiradentes, Tupac Catari, Túpac Amaru, Huaicaipuro; assim te recebemos, chefe do império. Morte ao império americano! - exclamou Chávez em uma mensagem televisionada.
Após afirmar que Bush transformou a economia do seu país em uma das 'mais vulneráveis e corruptas do planeta' e que no passado 'o império destruiu' as economias latino-americanas, lembrou recentes declarações deste e de outros funcionários de Washington contra ele, por causa das nacionalizações que promove.
- Isso indica que agora há um plano contra a Venezuela, o que não quer dizer que esqueceram os planos políticos, militares ou paramilitares ou de conspirações. Não, o império não descansa, e menos ainda um império desesperado como este, mas agora a ofensiva imperial vem com uma forte carga econômica - continuou.
Chávez, que repetiu o lema 'Pátria, socialismo ou morte', com a qual encerra todos seus discursos, acrescentou: 'O imperialismo americano não poderá conosco, que decidimos ser livres, e não haverá força capaz de nos deter nesta luta'.
Reiterou que a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e 'o mesmíssimo Mister Danger' - como se refere a Bush - disseram nos últimos dias que ele está 'destruindo' a economia venezuelana e que é uma 'ameaça' para o mundo, e expressaram seu desejo de que os EUA, gradualmente, não dependam mais 'do petróleo de países como a Venezuela'.
A batalha verbal que caracteriza a relação bilateral desde que Chávez chegou ao poder em 1999 não afetou o setor comercial, baseado nas exportações de petróleo venezuelano, que são de 1,5 milhão de barris diários de petróleo e derivados, o que permite atender cerca de um quinto da demanda americana.
Chávez também lembrou que o Governo americano nomeou vários diplomatas nos últimos dias, para preparem a visita de Bush e aproveitar para tentar 'isolar a Venezuela'.
- Estão dizendo em Brasília e em Buenos Aires que Chávez é a ameaça e que eles estendem as mãos à América Latina. Que mão: a mão assassina, a garra ensangüentada do império! - ressaltou.
Embora tenha insistido que 'o império nunca se cansa de enrolar, agredir e massacrar os povos heróicos desta nossa América Latina', previu que serão esses próprios povos os que expressarão a Bush sua reação frente ao - repetiu - seu empenho em isolá-lo.
A visita do presidente americano a países da América Latina 'será muito boa, para dar mais força às lutas antiimperialistas', acrescentou.