Agência EFE
NAÇÕES UNIDAS - O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) pediu nesta terça-feira o fim da mutilação genital feminina, prática muito comum na África Subsaariana e em parte do Oriente Médio.
Por ocasião do Dia Mundial contra a Mutilação Feminina, o Unicef lembrou que os países-membros da ONU se comprometeram, em uma sessão especial em 2002, a acabar com a prática.
Cerca de três milhões de meninas sofrem anualmente a mutilação do clitóris ou de outros órgãos sexuais, de acordo com a agência da ONU.
O Unicef anunciou em comunicado que intensificará este ano os esforços para reduzir pela metade até 2015 a mutilação feminina em 16 países africanos.
- Para além da data de 2015, a campanha do Unicef visará a eliminar a prática em uma geração de meninas - afirma o documento.
O Unicef afirmou que a mutilação genital feminina tem graves conseqüências para a saúde das mulheres. Segundo um estudo, a maioria delas precisa ter filhos por cesariana devido a complicações no parto, entre outros problemas.
- O ambicioso objetivo de eliminar esta prática em uma geração pode ser atingido se avançarmos nos programas já existentes - diz o comunicado.
A campanha iniciada pelo organismo para acabar com a prática conta com o apoio de outras agências da ONU, instituições financeiras mundiais, organismos da sociedade civil e países doadores.
O Unicef agradeceu o compromisso demonstrado por países como a Itália, que doou ¬ 1,8 milhão para apoiar programas de conscientização contra a mutilação genital feminina na África.
No Sudão, por exemplo, os líderes religiosos usam sua autoridade para afirmar que a mutilação representa uma violação dos princípios espirituais e teológicos.
Este tipo de conscientização comunitária permitiu, segundo o Unicef, reduzir a prática da mutilação genital feminina em países como República Centro-Africana, Egito, Eritréia, Etiópia, Guiné, Quênia, Mali, Nigéria e Iêmen.