Agência EFE
CARACAS - O ministro de Comunicação venezuelano, William Lara, qualificou nesta terça-feira o presidente de seu país, Hugo Chávez, como 'o mais tolerante da era democrática da Venezuela'.
Lara respondeu assim às recentes críticas do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), que acusou Chávez de 'controlar, intimidar e censurar os meios de comunicação' do país, após a decisão oficial de não renovar a licença de transmissão de uma televisão privada que critica o Governo.
O ministro argumentou que Chávez não suspendeu nenhuma das garantias constitucionais 'nem durante o golpe de Estado de (abril) de 2002, nem durante a greve do setor petroleiro' que no final do mesmo ano impulsionou a oposição em uma tentativa de derrubar o líder.
Para o ministro, a participação dos meios de comunicação "opositores' nos atos de conspiração de 2002 foi 'pública e notória', como é referido no site do Ministério do Poder Popular de Comunicação e Informação.
Lara desqualificou o relatório do CPJ e o chamou de 'adaptação da cantilena (repetição) antigovernamental da oposição' ao Governo "bolivariano'.
Segundo Lara, a falsidade do relatório é facilmente constatada ao comprovar 'a plena liberdade com a qual trabalha a imprensa na Venezuela, inclusive para divulgar mentiras com fins políticos'.
Grupos locais e internacionais condenaram a decisão governamental de não renovar a licença de transmissão da emissora privada opositora 'Radio Caracas Televisión' ("RCTV"), por considerar o veículo 'golpista'.
Esses setores, da mesma forma que a oposição venezuelana, interpretam que a medida contra a 'RCTV' é uma clara violação à liberdade de expressão e uma amostra que o país está se encaminhando para o 'totalitarismo'.
O Governo de Chávez defendeu a legalidade da medida com o argumento que está sustentada na norma constitucional que outorga ao Estado o poder de administrar o espectro radioelétrico.