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Ex-líder paramilitar denuncia rearmamento de grupos na Colômbia

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REUTERS

BOGOTÁ - Um ex-comandante paramilitar da Colômbia disse na segunda-feira que grupos de ultradireita estão se rearmando em várias zonas do país, em meio a uma crise na negociação com o governo, e alertou sobre uma possível aliança com outros grupos armados ilegais.

Salvatore Mancuso, que foi o principal dirigente do maior dos esquadrões paramilitares, as Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), disse que ex-comandantes do grupo estão envolvidos na reorganização, depois de abandonarem as negociações com o governo, a quem acusam de descumprir acordos.

- Destacados integrantes do que foi o Estado-Maior Negociador das AUC estão rearmando exércitos de autodefesa que crescem dia-a-dia e contam neste momento com não menos que cinco mil integrantes distribuídos em distintas zonas do país - disse o ex-chefe paramilitar em declaração divulgada na Internet.

Mancuso e vários outros ex-comandantes paramilitares estão numa penitenciária de segurança máxima à espera do julgamento em que receberão, graças a um acordo com o governo, uma pena máxima de oito anos de prisão por delitos como assassinatos, chacinas, sequestros e desaparecimentos de pessoas. Em consequência da negociação mantida desde 2003, cerca de 31 mil paramilitares depuseram suas armas.

Mas alguns chefes paramilitares acusam o governo de descumprir os acordos, não se entregaram e, segundo fontes de segurança, parecem reorganizar seus exércitos ilegais. O presidente Álvaro Uribe prometeu combater esses novos grupos com rigor.

Os paramilitares surgiram na década de 1980 com o apoio econômico de latifundiários, empresários e traficantes perseguidos por guerrilheiros marxistas. Nos últimos anos, tanto os guerrilheiros quanto os paramilitares se financiam em grande parte com tráfico de drogas, sequestros e outros crimes comuns.

Grupos de direitos humanos dizem que vários paramilitares mantiveram essas organizações criminosas após o acordo com o governo.