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Brasil promete reduzir 50% das emissões de gases até 2030

Meta foi divulgada na abertura da participação na COP26

Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 01/11/2021 às 19:30

Alterado em 01/11/2021 às 19:30

Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite Antonio Cruz/Agência Brasil

O Brasil iniciou a sua participação na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, na Escócia, nesta segunda-feira (1º), e anunciou sua nova meta climática.

Sem a presença do presidente Jair Bolsonaro, o país foi representado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que participou da abertura da cúpula por meio de transmissão simultânea, em evento realizado em Brasília, no edifício-sede da Confederação Nacional da Indústria.

"Apresentamos hoje uma nova meta climática, mais ambiciosa, passando de 43% para 50% até 2030; e de neutralidade de carbono até 2050, que será formalizada durante a COP26", disse.

No entanto, Leite citou apenas as porcentagens e não apresentou quanto deverá ser a redução real nas emissões dos gases de efeito estufa já para essa década.

De acordo com o político brasileiro, a COP26 marca "uma transição do debate das promessas climáticas para a criação de empregos verdes", e o Brasil tem atuado como articulador da discussão.

"Realizamos encontros bilaterais prévios com mais de 60 países, atuando como país articulador, buscando o diálogo e pontos de convergência. Também conduzimos dezenas de reuniões técnicas, coletando subsídios que culminaram numa estratégia de negociação para defender o interesse nacional e posicionar o Brasil como país fundamental nessa nova agenda verde mundial", acrescentou Leite.

A nova meta ambiciosa é apresentada após um Projeto de Lei ser aprovado no Congresso, no dia 20 de outubro, anunciando uma redução de 43% nas emissões em 2025 e 50% em 2030. A iniciativa, assim como Leite no discurso, não se comprometeu com um número real para a diminuição.

O objetivo de ambos se sobrepõe à atual meta de redução de emissões do Brasil apresentada na ONU no ano passado, quando foram renovadas as metas dos países fechadas no Acordo de Paris, em 2015.

Após a divulgação, o enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, publicou uma mensagem no Twitter para "saudar os novos compromissos do Brasil para acabar com o desmatamento ilegal até 2028, alcançar uma redução significativa de 50% de emissões até 2030" e atingir neutralidade de carbono até 2050.

"Isso adiciona um impulso crucial ao movimento global para combater a crise climática. Estamos ansiosos para trabalhar juntos", acrescenta Kerry.

Ausência de Bolsonaro -

Em um discurso gravado, o presidente Jair Bolsonaro ressaltou que o "Brasil é uma potência verde" e é a "solução para os problemas atuais".

"O Brasil é uma potência verde. Temos a maior biodiversidade do planeta, a maior e mais rica cobertura florestal e uma das maiores áreas oceânicas. No combate à mudança do clima, sempre fomos parte da solução, não do problema", afirmou.

De acordo com o presidente, o Programa Nacional de Crescimento Verde, lançado na semana passada, "traz as preocupações ambientais para o centro da agenda econômica".

Segundo o governo, o projeto tem como objetivo aliar a redução das emissões de carbono, a conservação de florestas e o uso racional de recursos naturais com geração de emprego verde e crescimento econômico.

Por fim, o presidente afirmou ainda que seu governo conta com linhas de crédito e investimentos para projetos verdes que no total superam a marca de US$50 bilhões.

"Ao promover uma 'economia verde', o programa vai orientar as ações de proteção e conservação do meio ambiente por meio de incentivos econômicos, direcionando recursos e atraindo investimentos. Com isso, vamos favorecer ações e projetos de conservação da floresta, uso racional dos recursos naturais, redução de emissões de gases de efeito estufa e, principalmente, geração de "empregos verdes", defendeu Bolsonaro.

Apesar das declarações, desde 2019, o Funda Amazônia - que recebia investimentos internacionais para serem investidos na conservação da floresta e no combate ao desmatamento - está paralisado com mais de R$2,9 bilhões.(com agência Ansa)

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