Ativistas que cobram mais ações de políticos norte-americanos para combater a mudança climática interditaram grandes artérias de tráfego da capital dos Estados Unidos nesta segunda-feira, chamando atenção para uma cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) à qual líderes de cerca de 60 países comparecerão.
Entre as autoridades que participarão da conferência do clima estarão líderes de algumas das pequenas ilhas-Estados mais vulneráveis à elevação dos mares e executivos de empresas das quais se esperam novos compromissos de corte de emissões dos gases de efeito estufa.
Os ativistas visaram quatro locais, entre eles a praça Farragut, no centro de Washington, Columbus Circle, perto do terminal de trens de Union, e o parque Folger, no Capitólio.
Na esquina das ruas 16 e K, pouco ao norte da Casa Branca, ativistas empurraram um pequeno veleiro no meio do cruzamento e manifestantes se agarraram a ele. Cerca de 200 destes dançaram no meio da rua enquanto policiais abriam caminho pela multidão.
"Estou lutando por nosso futuro, porque se as coisas continuarem como estão, com as indústrias de extração de combustíveis fósseis... e gases de efeito estufa crescentes, não haverá um futuro bom para ninguém", disse Arielle Welch, voluntária de 23 anos do Movimento Nascer do Sol, um grupo sem fins lucrativos.
O protesto, chamado Interditem DC, foi apoiado por cerca de duas dezenas de grupos, entre eles a filial local dos Socialistas Democráticos da America, do Extinction Rebellion D.C. e do Black Lives Matter D.C.
A polícia metropolitana de Washington disse estar equipada para lidar com uma manifestação de qualquer tamanho.
O Extinction Rebellion, que diz ser apoiado por centenas de cientistas, postula a desobediência civil sem violência para pressionar governos a cortarem as emissões de carbono e evitarem uma crise climática que teme trazer fome e colapso social.
Os manifestantes pretendem pressionar funcionários do governo dos EUA que estão ajudando a tornar Washington um obstáculo nas negociações climáticas internacionais, disse Kaela Bamberger, porta-voz do Extinction Rebellion D.C.
O presidente dos EUA, Donald Trump, que não vai participar da cúpula climática da ONU e pretende retirar seu país do acordo de Paris de 2015, descartou regras de corte de emissões da era Obama e quer maximizar a produção de energia norte-americana.
O protesto desta segunda-feira também almeja apoiar as greves de Greta Thunberg, ativista climática sueca de 16 anos que viajou a Nova York em um veleiro e participa da cúpula da ONU.