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Síria amplia ofensiva e total de civis mortos aumenta

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Ataques aéreos mataram mais de duas dúzias de civis no noroeste da Síria nos últimos dois dias, em uma escalada da ofensiva apoiada pela Rússia contra um dos últimos grandes bastiões rebeldes, afirmaram neste sábado uma entidade de monitoramento da guerra e ativistas locais.

Um ataque aéreo à vila de Deir Sharki matou sete membros de uma família, a maioria crianças, na manhã deste sábado, afirmou o Observatório Síria para Direitos Humanos. Mais sete pessoas foram mortas em bombardeios a outras áreas, disse.

Na sexta-feira, ataques aéreos na vila e al-Haas mataram 13 pessoas. Entre os mortos, estavam uma mulher grávida e seu bebê por nascer, afirmaram ativistas locais e o Observatório. Eles buscavam abrigo, após fugirem de outra área.

Rami Abdulrahman, diretor do Observatório, afirmou que o objetivo do governo era aparentemente forçar civis a fugirem de áreas que haviam passado relativamente ilesas pela escalada militar que começou no fim de abril.

“Estão bombardeando cidades e seus arredores para forçar as pessoas a fugir”, disse, acrescentando que centenas de famílias dirigiam-se ao norte, para longe das áreas alvos.

Ahmad al-Dbis, administrador de segurança da União de Organizações de Assistência Médica e Alívio (UOSSM), que apoia estabelecimentos médicos no noroeste, afirmou que o bombardeio estava sendo ampliado em áreas populosas onde não há posições militares.

“Elas estão sendo alvos para forçar as pessoas a se deslocarem”, disse à Reuters.

Dbis disse que o número de civis mortos pelo governo ou por forças russas está em mais de 730 pessoas, desde abril. O escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários afirmou que mais de 500 civis morreram nas hostilidades.

Rússia e Síria disseram que suas forças não têm o objetivo de atingir civis e estão buscando acertar militantes, inclusive a Frente Nusra, grupo jihadista conhecido atualmente como Hayat Tahrir al-Sham.

A região noroeste, incluindo a província de Idlib, é parte do último grande bastião de oposição ao presidente Bashar al-Assad.

O lado do governo tem avançado em direção à cidade de Khan Sheikhoun, no sul da província de Idlib, ameaçando cercar o último bolsão restante de território controlado por rebeldes na província vizinha de Hama.