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Russa Transneft certificou entregas de empresa que teria fornecido óleo contaminado

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LONDRES/MOSCOU (Reuters) - Uma pequena empresa de transporte de petróleo acusada de bombear substâncias químicas tóxicas para a rede de oleodutos da Rússia, o que poluiu exportações de petróleo para a Europa, recebeu documentos diários da monopolista estatal russa Transneft que certificavam a limpeza do óleo.

Os documentos vistos pela Reuters certificaram as entregas de petróleo de 30 de março a 19 de abril, período em que a pior contaminação do petróleo russo em décadas estava ocorrendo, no local que promotores disseram ser a fonte da contaminação.

Promotores russos detiveram dois executivos da pequena empresa de transporte de petróleo, chamada Nefteperevalka. Os promotores os identificaram como a diretora-geral da Nefteperevalka, Svetlana Balabai, e seu vice, Rustam Khusnutdinov.

A Transneft recusou-se a comentar.

Os promotores disseram ter detido ainda dois outros suspeitos e acusaram mais duas pessoas, que estão sendo procuradas pela polícia.

Os promotores alegaram que as seis pessoas participaram de uma conspiração criminal para poluir a rede de petróleo, que pertence e é operada pela Transneft.

Segundo eles, Roman Trushev e Roman Ruzhechko, ex-proprietário da Nefteperevalka e diretor-geral da Samartransneft-Terminal, que já foi dona da Nefteperevalka, que são procurados pelas autoridades, teriam coordenado a conspiração e recrutado os outros suspeitos.

Os promotores não disseram com base em que evidências chegaram a essa conclusão. Um advogado de Balabai disse que ela não é culpada das acusações. Um advogado de Khusnutdinov se recusou a comentar. O advogado de Trushev disse que ele é inocente, enquanto o representante de Ruzhechko afirmou não haver provas contra seu cliente.

O chefe da Transneft, Nikolai Tokarev, disse que a contaminação foi culpa da empresa que forneceu o óleo, embora não tenha identificado a empresa pelo nome.

Questionado sobre os documentos, o Comitê de Investigação da Rússia, órgão estadual que investiga grandes crimes, não respondeu a um pedido de comentário.

Telefonemas para a sede da Nefteperevalka ficaram sem resposta.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que o incidente prejudicou a reputação da Rússia como um fornecedor confiável de petróleo. As investigações sobre quem seria o culpado pelo incidente tem sido observada de perto pelos compradores de petróleo da Rússia.

Grandes petroleiras, como a francesa Total, disseram que sofreram perdas de dezenas de milhões de dólares com petróleo contaminado e buscarão indenização. A Transneft disse que irá considerar o pagamento de uma indenização, mas ainda precisa chegar a acordos com compradores.

Os documentos vistos pela Reuters mostram que o óleo entregue pela Nefteperevalka atenderia padrões definidos pelo governo russo. A Reuters não foi capaz de verificar de forma independente a autenticidade dos documentos. Eles parecem estar assinados por funcionários da Transneft-Druzhba, subsidiária da Transneft.

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