Boris Johnson, o mais bem cotado para substituir a primeira-ministra britânica, Theresa May, não conseguirá vencer uma eleição geral sem ampliar seu discurso para atrair eleitores indecisos que o rejeitam instintivamente, disse o especialista conservador em pesquisas Robert Hayward nesta quarta-feira.
Johnson, ex-prefeito de Londres e ex-secretário das Relações Exteriores de 54 anos, vem cortejando o apoio de parlamentares conservadores e do partido como um todo para conquistar a liderança dizendo que é o único candidato que pode concretizar a separação do Reino Unido da União Europeia e vencer uma eleição nacional.
Mas Hayward, membro conservador da câmara alta do Parlamento, disse aos repórteres que, embora a primeira parte da mensagem – que ele realizará o Brexit – esteja agradando os eleitores, sua falta de apelo junto aos chamados ingleses medianos pode lhe custar qualquer eleição.
Referindo-se a pesquisas recentes da Deltapoll, Opinium e YouGov, Hayward disse: "Elas mostram basicamente que um primeiro-ministro ou líder Tory (conservador) não consegue vencer sem votos dos pró-Brexit... mas não se pode vencer sem este meio-termo".
"Está muito bem dizer que terá o voto do Brexit, mas é preciso outros".
"Portanto, concordo em parte com Boris, mas ele tem que terminar a frase, que é que não se pode passar sem o meio-termo também", disse ele.
Mais de 10 postulantes estão no páreo para suceder May, que anunciou que está renunciando por não conseguir aprovar o Brexit no prazo. O governista Partido Conservador diz que a disputa terminará no final de julho.