Marcado por declarações que ironizam o aquecimento global, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu a existência das mudanças climáticas, contrariando o posicionamento de grande parte da extrema direita americana.
Em entrevista à emissora britânica ITV, o mandatário afirmou que "acredita que haja uma mudança no clima", ressaltando que as alterações existem em "ambas as direções". Além disso, contou ter conversado com o príncipe Charles, que encampa causas ambientais, sobre o tema.
"Ele quer garantir que as futuras gerações tenham um bom clima e evitem um desastre, e eu estou de acordo", disse Trump, que nunca perde a oportunidade de, a cada inverno extremo nos EUA, ironizar os que alertam para os riscos das mudanças climáticas.
"As pessoas não conseguem ficar do lado de fora nem por alguns minutos. O que diabos está acontecendo com o aquecimento global? Por favor, volte rápido, precisamos de você", brincou o presidente em janeiro passado, enquanto o norte dos Estados Unidos batia recordes negativos de temperaturas.
Além disso, o mandatário retirou seu país do Acordo de Paris sobre o clima, que busca limitar o aumento da temperatura média do planeta a 2ºC em relação aos níveis pré-industriais.
Visita
Trump cumpre nesta quarta (5) o último dos três dias de visita ao Reino Unido e já se reuniu com dois candidatos à sucessão da premier Theresa May: os secretários de Relações Exteriores, Jeremy Hunt, e Meio Ambiente, Michael Gove. Eles são considerados os principais adversários do ex-prefeito de Londres Boris Johnson, que conversou com o presidente dos EUA na última terça (4).
Em seguida, o mandatário americano foi para Portsmouth, no sul da Inglaterra, para celebrar os 75 anos do Desembarque na Normandia, até hoje o maior já feito em toda a história.
Trump estava acompanhado da rainha Elizabeth II, da primeira-ministra May e de líderes de países aliados, incluindo o presidente da França, Emmanuel Macron. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, também participou.