Michael Cohen, ex-advogado pessoal do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um último ataque contra o ex-chefe, denunciando "xenofobia, injustiça e mentiras", antes de se apresentar em uma prisão federal nesta segunda-feira para cumprir pena de 3 anos.
Cohen, que chegou a prometer "levar um tiro" por Trump e agora o chama de "trapaceiro", chegou à Instituição Federal Corretiva de Otisville, em Nova York, cerca de 110 quilômetros a noroeste da cidade de Nova York, para cumprir pena por organizar pagamentos pelo silêncio de duas mulheres que dizem ter tido encontros sexuais com Trump e por mentir ao Congresso.
Ele foi visto sendo levado em uma SUV preta até a entrada das dependências da prisão pouco antes as 11h30 (horário local), cerca de duas horas e meia antes de seu prazo para se apresentar. O veículo parou e foi abordado por agentes da lei, que pareceram conversar com os ocupantes durante vários minutos, e depois foi embora e saiu de vista.
Antes de ser conduzido ao local, Cohen fez comentários breves a um aglomerado de repórteres reunidos na calçada diante de seu prédio de apartamentos de Manhattan.
"Espero que, quando reencontrar minha família e amigos, que o país seja um lugar sem xenofobia, injustiça e mentiras no comando de nosso país", disse Cohen. "Ainda existe muito a ser dito, e anseio pelo dia em que poderei compartilhar a verdade".
Cohen, de 52 anos, vestia jeans, tênis, camiseta branca e um blazer azul-marinho ao sair do edifício Trump Park Avenue.
Várias dezenas de observadores pararam para tirar fotos, e um apertou sua mão. Quando Cohen começou a sair, depois de ter feito os comentários, a cena se tornou caótica e pessoas e equipamentos caíram no chão. O advogado ajudou um jornalista que havia caído a se levantar, depois entrou no banco de trás de um veículo preto e foi levado embora.
Cohen deve ficar no local de segurança mínima da prisão.
A pena é o ponto final da queda surpreendente do nativo de Long Island, em Nova York, cuja carreira se ligou a Trump à medida que este passou de empreendedor imobiliário rico a personalidade de reality show e político. Durante mais de uma década, Cohen atuou como advogado pessoal de Trump e se classificava como um "solucionador de problemas".
O relacionamento começou a azedar depois que agentes do FBI fizeram uma busca no escritório de Cohen no Rockefeller Center e em seu quarto de hotel em Park Avenue em abril de 2018 como parte de uma investigação derivada do inquérito do procurador especial Robert Mueller sobre a interferência russa na eleição dos EUA de 2016 que contribuiu para uma série de acusações criminais contra Cohen.