Autoridades do Sri Lanka revisaram o saldo de mortes do ataque com bombas no domingo de Páscoa para cerca de 100 a menos nesta quinta-feira, culpando a dificuldade de identificação de partes de corpos nos locais das explosões pela imprecisão do número anterior.
A nova cifra oficial diminuiu de 359 para 253, disse o vice-ministro da Defesa, Ruwan Wijewardene, que atribuiu a discrepância aos dados incorretos fornecidos pelos necrotérios.
Anil Jasinghe, diretor-geral dos serviços de saúde do Sri Lanka, disse à Reuters que qualquer número é uma estimativa: "Podem ser 250 ou 260. Não sei dizer exatamente. Há muitas partes de corpos e é difícil dar uma cifra precisa".
Os ataques de suicidas contra três igrejas e quatro hotéis expuseram uma falha da inteligência que gerou acusações de que alertas foram ignorados e que disputas nos altos escalões do governo minaram a cooperação de segurança.
O secretário de Defesa, Hemasiri Fernando, renunciou devido à incapacidade de evitar os ataques, mas insistiu nesta quinta-feira que as autoridades estavam reagindo a dicas de inteligência da Índia que alertaram sobre atentados iminentes.
"Estávamos trabalhando em cima disso. Todas aquelas agências estavam trabalhando em cima disso", disse Fernando à Reuters. Ele disse ter renunciado para assumir a responsabilidade pelas instituições que dirigia, mas que não houve falha de sua parte.
A polícia divulgou nomes e fotos de quatro homens e três mulheres procurados por sua ligação com os ataques, e alertas de bomba e verificações de segurança mantiveram o país em estado de tensão.
A maioria das vítimas era do Sri Lanka, mas as autoridades disseram que ao menos 38 estrangeiros também morreram, muitos deles turistas que tomavam o café da manhã em hotéis de luxo quando os suicidas atacaram.
Entre eles havia cidadãos britânicos, norte-americanos, australianos, turcos, indianos, chineses, dinamarqueses, holandeses e portugueses. Cerca de 500 pessoas ficaram feridas. Ainda nesta quinta-feira, o Reino Unido alertou seus cidadãos a evitarem o país a menos que seja absolutamente necessário, já que pode haver mais ataques.
O grupo Estado Islâmico assumiu a autoria dos ataques e publicou um vídeo que mostrou oito homens, sete deles com os rostos cobertos, diante de uma bandeira negra do Estado Islâmico declarando lealdade ao seu líder, Abu Bakr Al-Baghdadi. O governo disse que foram nove suicidas, que oito foram identificados e que um era mulher.