Cerca de 90 por cento dos eleitores egípcios que participaram de um referendo aprovaram mudanças na Constituição do país, afirmou a comissão eleitoral nesta terça-feira, em uma medida que pode abrir caminho para que o presidente Abdel Fattah al-Sisi permaneça no poder até 2030.
O comparecimento durante o referendo de três dias foi de 44,33 por cento, dos quais 88,83 por cento aprovaram as emendas, enquanto 11,17 votaram contra as medidas, segundo a comissão.
“Essas (mudanças) são válidas a partir de agora como sua Constituição”, disse o chefe da comissão, Lasheen Ibrahim, após anunciar o resultado na TV estatal, acrescentando que mais de 23,4 milhões de eleitores aprovaram as mudanças no referendo.
As emendas irão prorrogar o atual mandato de Sisi de quatro para seis anos, permitir que ele concorra novamente a um terceiro mandato de seis anos em 2024, e que indique um ou mais vice-presidentes.
Michele Dunne, diretora do Programa de Oriente Médio do Fundo Carnegie para a Paz Internacional, questionou a credibilidade dos números de comparecimento anunciados.
“Ao invés de serem um reflexo dos dados reais, o comparecimento anunciado de 44 por cento é mais provavelmente uma tentativa de retratar isso como o referendo constitucional mais legítimo, uma vez que tem o comparecimento mais alto já relatado”, disse.
A comissão eleitoral disse na tarde de segunda-feira não ter recebido nenhuma reclamação formal sobre qualquer irregularidade.