Donald Trump afirmou na sexta-feira (12) que considera enviar imigrantes ilegais detidos para as chamadas "cidades santuários", locais comandados por democratas que se opõem às políticas de imigração do país.
A declaração é resultado da frustração do presidente americano com o crescente número de imigrantes ilegais que chegam à fronteira e com a recusa do Congresso em incluir no orçamento do país o financiamento da construção de um muro na fronteira com o México.
"Poderíamos arrumar isso se os democratas concordassem. Mas, se eles não concordam, podemos fazer o que eles dizem que querem. Vamos levar os imigrantes ilegais para 'cidades santuários' e deixar que essas áreas lidem com a questão", afirmou Trump.
Assim, em vez de esperarem na prisão a decisão da Justiça sobre seus casos, os imigrantes iriam para cidades cujos governantes não apoiam a política de Trump sobre o tema da imigração.
Representantes das "cidades santuários" dizem que a responsabilidade de fiscalizar não é deles e que a medida poderia prejudicar os esforços de policiamento dentro das comunidades.
Segundo o Washington Post, a Casa Branca já havia solicitado em novembro a diversas agências que os membros de uma caravana de imigrantes fossem presos na fronteira e enviados para "cidades santuários".
A administração federal teria dito à Agência de Imigração e Alfândegas que o plano era uma forma de aliviar os centros de detenção e enviar uma mensagem aos democratas.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, um especialista em imigração que pediu para não ser identificado disse que os imigrantes ilegais sob custódia federal podem estar em um dos vários estágios do processo de imigração e que Trump pode mandá-los para diferentes jurisdições de onde eles estão detidos.
A declaração do presidente ocorre um dia depois de o republicano Mitch McConnell dizer que queria iniciar negociações bipartidárias para buscar soluções para os problemas de imigração do país. Somente em março, 103.492 imigrantes ilegais foram colocados sob custódia. Muitos deles são de El Salvador, Honduras e Guatemala e buscam asilo nos Estados Unidos.