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Washington acusa Rússia e China de ameaçar a paz no espaço

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Estados Unidos acusou nesta terça-feira à Rússia e à China de aumentar o risco de um conflito no espaço, sobretudo com o desenvolvimento de armas contra satélites, em pleno debate sobre um tratado de paz espacial.

Especialistas de 25 países, entre eles China, Rússia e Estados Unidos, se reúnem a portas fechadas desde segunda-feira em Genebra para tentar sentar as bases de um acordo para prevenir uma corrida armamentista no espaço.

Pequim e Moscou apoiaram a organização de esta reunião do Grupo de Especialistas Governamentais (GGE), que se celebrará até 28 de março sob a presidência do embaixador do Brasil na Conferência de Desarmamento da ONU, Guilherme de Aguiar Patriota.

Em um discurso na Conferência de Desarmamento, no Palácio de Nações, sede da ONU, a subsecretaria de Estado americano Yleem Poblete questionou a sinceridade do compromisso de China e Rússia.

"Como podemos acreditar que (a Rússia) leva a sério a prevenção da corrida de armamentos no espaço exterior quando são eles aqueles estão desenvolvendo armas anti-satélites lançadas da terra?" perguntou Poblete, que trabalha no Gabinete de Controle de Armas do Departamento de Estado.

Poblete acusou Moscou de tentar fazer que os láseres sejam capazes de "cegar ou danificar satélites".

Depois criticou a China por desenvolver instrumentos para interferir as emissões dos satélites, assim como mísseis capazes de alcançar "satélites em órbita baixa".

Tendo isso em vista, "é difícil avaliar a veracidade do compromisso da China", sentenciou a responsável americana.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu criar uma "Força Espacial" e o Pentágono apresentou no Congresso, em março, uma proposta a este efeito.

O anúncio gerou grande preocupação mundo todo, mas os especialistas acreditam que as três grandes potências têm muito a perder se as conversações em curso fracassarem, dada a crescente importância da tecnologia satelital nos assuntos civis e militares.

A reunião publicará um relatório somente se todas as nações chegarem a um consenso sobre seu conteúdo.

Segundo Patriota, os especialistas tentam chegar a uma lista de "elementos" que podem formar a base de um tratado.

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