NOVA DHÉLI - A Índia anunciou ontem que executou um "ataque preventivo" que "matou uma grande quantidade" de membros de um grupo islamita em uma área do território da Caxemira controlado pelo Paquistão, país que denunciou uma "violação" da fronteira em disputa.
O ataque, de acordo com Nova Délhi, teve como alvo um campo de treinamento do grupo responsável pelo atentado suicida que matou 40 paramilitares indianos recentemente, o Jaish-e-Mohammed (JeM).
"A Índia atacou o maior campo de treinamento do Jaish-e-Mohammed em Balakot. Na operação, muitos terroristas, treinadores, comandantes e jihadistas preparados para atentados suicidas foram eliminados", declarou Vijay Gokhale, alto funcionário do ministério indiano das Relações Exteriores.
Paquistão tem duas localidades com o nome de Balakot: uma situada praticamente na linha de cessar-fogo na Caxemira, e outra na província de Khyber Pakhtunkhwa. O governo indiano não revelou qual das duas foi atacada.
Jaish-e-Mohammed (JeM, Exército de Maomé), um dos grupos armados mais ativos do conflito separatista na Caxemira, preparava novos atentados suicidas na Índia, afirmaram as autoridades indianas. "Diante do perigo iminente era necessário um ataque preventivo imediato", disse Gokhale.
O Paquistão anunciou mais cedo que responderá a uma breve incursão da Força Aérea indiana sobre a Caxemira. "A Índia cometeu uma agressão inoportuna a qual o Paquistão responderá no momento e no local de sua eleição", segundo comunicado divulgado ontem pelo governo após uma reunião da qual participaram vários ministros e altos representantes do exército paquistanês.
A Índia acusa o Paquistão de apoiar as incursões de rebeldes islamitas e a rebelião armada na Caxemira, o que o governo paquistanês nega. As duas potências nucleares do sul da Ásia disputam há sete décadas a região himalaia de Caxemira.
"A existência de infraestruturas de treinamento tão grandes, capazes de formar centenas de jihadistas, não pode funcionar sem que as autoridades percebam", afirmou o diplomata indiano.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, reuniu ontem o comitê de segurança nacional. O atentado de 14 de fevereiro provocou uma onda de indignação na Índia, com pedidos de represálias.