O grande rabino da Argentina, Gabriel Davidovich, foi agredido e seriamente ferido por estranhos que entraram em sua casa durante a madrugada de segunda-feira, em Buenos Aires, segundo a Associação Mutual Israelita da Argentina (AMIA).
De acordo com a associação, os criminosos entraram às 2 horas da manhã na casa de Davidovich, onde sua esposa também estava, e antes de atacá-lo e roubar dinheiro e pertences gritaram: "Sabemos que você é o rabino da AMIA".
O ataque foi denunciado como um "ato antissemita" por Jorge Knoblovits, presidente da Delegação das Associações Israelitas Argentinas (DAIA).
"No mundo há muito espaço para a ignorância e onde há ignorância, há espaço para os antissemitas", lamentou Knoblovits, acrescentando que o roubo "foi uma desculpa".
Davidovich e sua esposa estavam em sua casa quando sete homens os atacaram, os renderam e levaram dinheiro e vários pertences para depois fugir.
"Embora não oferecesse resistência, ele foi jogado no chão e fraturou nove costelas, afetando um pulmão, e deixaram seu rosto desfigurado", disse o chefe do DAIA.
As autoridades argentinas abriram uma investigação para identificar os agressores.
Esse episódio acontece depois que nove túmulos do cemitério judeu da cidade argentina de San Luis (centro-oeste do país) foram profanados durante o fim de semana, segundo informou a DAIA.
A comunidade judaica da Argentina é composta por cerca de 190 mil pessoas e é uma das maiores da América Latina.
No último relatório anual da DAIA, divulgado em setembro passado, foi registrado um crescimento de 14% nos atos antissemitas no país no último ano, "com a maior parte registrada nas redes sociais".
Atos contra judeus também foram registrados nas duas últimas semanas em Paris, onde várias paredes foram pichadas com mensagens antissemitas e uma suástica apareceu sobre um retrato de Simone Veil, ex-ministra francesa e sobrevivente do Holocausto.
Há uma semana, milhares de pessoas se reuniram em toda França para denunciar o aumento do antissemitismo no país, horas depois de cerca de 80 sepulturas serem profanadas em um cemitério judeu no país.
Na Argentina, na década de 1990, dois grandes atentados contra alvos ligados à comunidade judaica foram realizados no país. O primeiro, contra a embaixada de Israel e outro em uma associação, que deixou dezenas de mortos e feridos. Desde então, apenas ações isoladas foram registradas no país.
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