Em discurso contra a ajuda humanitária organizada pela oposição, o presidente da Venezuela Nicolás Maduro afirmou que está disposto a comprar produtos brasileiros pela fronteira com o País. Ao discursar para milhares de apoiadores em Caracas, neste sábado (23), Maduro indicou especificamente que não considera necessária a adesão do governo Bolsonaro à operação, capitaneada pelo autoproclamado presidente do país vizinho, Juan Guaidó.
"Podemos comprar arroz, açúcar, carne, o que o Brasil quiser nos vender. Não somos mendigos de ninguém". Maduro ainda pediu apoio mundial, "à Ásia, à União Europeia, ao mundo todo" para a causa bolivariana. "Chegou a hora do nosso povo dizer a Donald Trump que tire as mãos da Venezuela."
Neste sábado, a fronteira do país com o Brasil foi fechada por forças militares venezuelanas. Já sobre a Colômbia, Maduro enalteceu que há cinco milhões de colombianos "vivendo entre os venezuelanos". "Mas minha paciência se esgotou, não podemos seguir suportando. Fora oligarquia, basta", bradou, completando que decidiu romper todas as relações políticas e diplomáticas com a Colômbia.
Mais cedo, a Força Armada Nacional da República Bolivariana da Venezuela (FANB), guarda militar do país, entrou em confronto com a população na fronteira com a Colômbia, na cidade de fronteiriça de Ureña. No local, civis protestavam contra o fechamento das pontes que ligam o país com a fronteira, por onde estava prevista a entrada de ajuda humanitária. (Luana Pavani e Clarice Couto - [email protected] e [email protected])