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Polêmico secretário do Interior deixa o cargo e equipe de Trump sofre nova baixa

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Donald Trump anunciou neste sábado (15) que o seu secretário do Interior, Ryan Zinke, deixará o cargo no fim do ano, a mais recente baixa em um governo marcado por mudanças desde que o magnata republicano assumiu a presidência dos Estados Unidos.

"O secretário do Interior, @RyanZinke, deixará a administração no final do ano depois de ter prestado serviços por um período de quase dois anos", escreveu Trump no Twitter.

"Ryan conseguiu muito durante o seu mandato e quero agradecê-lo por seu serviço ao nosso país", disse o presidente, acrescentando que seu substituto será anunciado na próxima semana.

O secretário do Interior é responsável por supervisionar a conservação e extração de minérios em terrenos públicos que, somados, seriam maiores que um país como o México.

Zinke vinculou sua saída a uma onda de acusações falsas. "Não posso justificar o gasto de milhares de dólares defendendo a mim e a minha família de acusações falsas. É melhor que o presidente e o Departamento do Interior se concentrem nas conquistas, em vez de em acusações falsas", publicou no Twitter.

Mas Zinke foi alvo de várias investigações éticas, tornando-o um ímã para as denúncias dos democratas. Segundo relatos, seu departamento estava prestes a pagar quase US$ 139 mil para melhorar as portas de seu escritório, um custo que teria sido negociado mais tarde e caído para US$ 75 mil.

Ele também enfrentou críticas por custosos voos de helicóptero da polícia que, no ano passado, permitiram que ele voltasse a Washington para cavalgar com o vice-presidente Mike Pence.

"Ryan Zinke foi um dos membros mais tóxicos do gabinete pela forma como tratou nosso ambiente, nossas preciosas terras públicas, e pela forma como tratou o governo como se fosse seu", disse o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer.

A democrata Nancy Pelosi, futura presidente da Câmara dos Representantes, também atacou duramente: "O secretário Zinke tem servido descaradamente a determinados interesses", afirmou em comunicado. "Seus abusos éticos assombrosos foram um golpe sério e duradouro nas terras públicas, no meio ambiente, no ar puro e na água limpa dos Estados Unidos", criticou.

- Mais um -

Juntamente com o primeiro chefe da Agência Ambiental dos Estados Unidos da era Trump, Scott Pruitt, que renunciou em julho, em meio a uma série de escândalos por falhas éticas e gastos excessivos, Zinke apoiou o projeto do presidente de reduzir drasticamente as leis ambientais e expandir a produção de energia.

O anúncio acontece uma semana depois que a partida iminente de outra autoridade do alto escalão, a do chefe de gabinete da Casa Branca John Kelly, foi tornada pública.

Na sexta-feira, Trump escolheu Mick Mulvaney, diretor do Escritório de Administração e Orçamento, para preencher o cargo de Kelly. Mulvaney será a terceira pessoa a ocupar o cargo desde que o presidente assumiu o cargo em janeiro de 2017.

Uma série de importantes funcionários deixou a Casa Branca sob o comando de Trump, incluindo um secretário de Estado, dois conselheiros de segurança nacional, um procurador-geral e o chefe da Agência Ambiental.

Zinke, antigo SEAL da Marinha que ia para o trabalho com botas de caubói e tinha uma reputação de arrogância, parecia imitar Trump quando criticado, escolhendo o ataque como uma forma de defesa.

No mês passado, quando um congressista democrata disse que era hora de fazer mudanças em sua pasta, ele sugeriu em um tuite que seu crítico tinha problemas com a bebida.

"É difícil para ele pensar claramente do fundo da garrafa", escreveu ele, um comentário que para muitos em Washington supunha que Zinke havia cruzado uma linha vermelha.

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