Pelo menos 250.000 refugiados devem retornar para a Síria em 2019, apesar de vários obstáculos - anunciou a ONU, nesta terça-feira (11), pedindo ajuda para os milhões de sírios refugiados em países vizinhos.
"Prevemos que (...) até 250.000 sírios voltarão em 2019", assegurou Amin Awad, que dirige as operações da agência da ONU para os refugiados no Oriente Médio e no Norte da África.
"Este número pode aumentar, ou diminuir, em função da rapidez, com a qual retiramos os obstáculos para retornar para a Síria", disse Awad.
Após sete anos de conflito, que deixou 360.000 mortos até agora, 5,6 milhões de pessoas fugiram do país e cerca de um milhão de sírios nasceram no exterior desde que os pais saíram do território por causa da guerra, apontam dados do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur).
Desde 2015, 117.000 refugiados retornaram para a Síria, sendo 37.000 deles este ano.
"Trata-se de retornos organizados, totalmente voluntários, seguros (...) e, sem dúvida, com a participação do Acnur", afirmou Awad.
Apesar de a guerra da Síria parecer viver seu epílogo, Awad reconheceu que não observou "uma aceleração no retorno" de refugiados.
Segundo Awad, isso se deve aos inúmeros obstáculos para voltar para a Síria, como a ausência de documentos que lhes permitam confirmar sua identidade, de papéis que testemunhem suas propriedades, ou a grande escassez de serviços na Síria, sobretudo, em matéria de educação e saúde.
Também dificulta a ausência de uma anistia para aqueles que abandonaram o Exército sírio, explicou o responsável da ONU.
O Acnur também fez, nesta terça, um chamado para obter 5,5 bilhões de dólares para assistir aos refugiados sírios na Turquia, no Líbano, na Jordânia, no Egito e no Iraque entre 2019 e 2020.
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