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May pode voltar a Bruxelas para renegociar Brexit

Objetivo seria mudar os termos do princípio do "backstop"

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Um subsecretário do governo de Theresa May afirmou nesta segunda-feira (10) que a primeira-ministra do Reino Unido voltará a Bruxelas para renegociar o acordo com a União Europeia sobre o Brexit.

O objetivo seria barrar o chamado "backstop", princípio que prevê uma fronteira aberta entre a Irlanda do Norte, território britânico, e a República da Irlanda, membro da UE, caso os dois lados demorem a aprovar um futuro tratado comercial.

"Theresa May escutou os colegas e irá a Bruxelas para recuar do backstop", afirmou no Twitter o membro do Parlamento e subsecretário de Estado para Crianças e Famílias, Nadhim Zahawi. O negociador técnico do Reino Unido para o Brexit, Olly Robbins, também foi visto chegando na sede da Comissão Europeia, na capital belga.

O "backstop" é um dos principais motivos de críticas no acordo do Brexit por parte do Partido Conservador, liderado por May, já que poderia criar uma espécie de fronteira entre a Irlanda do Norte e o restante do Reino Unido.

O acordo do Brexit prevê um período de transição entre 29 de março de 2019, data do "divórcio", e 31 de dezembro de 2020, prorrogável por mais um ano. Durante esse espaço de tempo, Bruxelas e Londres tentariam negociar um acordo comercial.

Caso não se chegasse a um consenso no período de transição, as Irlandas continuariam com fronteiras abertas, o que faria com que produtos britânicos fossem submetidos a controles no Ulster. A ausência de fronteira rígida entre as Irlandas é um dos princípios do acordo de paz de 1998.

O ex-secretário de Relações Exteriores Boris Johnson, defensor do Brexit, já disse que isso seria uma anexação de território britânico pela UE. A votação do acordo do Brexit no Parlamento do Reino Unido está prevista para esta terça-feira (11), mas a perspectiva de uma derrota quase certa de May deve fazer o governo adiar a sessão.

A Comissão Europeia já declarou em diversas ocasiões que não renegociará o Brexit.