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Uruguai nega asilo a ex-presidente do Peru Alan García

García teria recebido propina da empreiteira Odebrecht

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O Uruguai rejeitou o pedido de asilo feito pelo ex-presidente peruano Alan García, investigado por casos de corrupção ligados à empreiteira brasileira Odebrecht. O presidente uruguaio Tabaré Vázquez anunciou a decisão nesta segunda-feira (3), dizendo que não havia provas de que García era perseguido politicamente pelo atual presidente peruano Martín Vizcarra.

O ex-mandatário pediu asilo à embaixada do Uruguai em Lima no último 17 de novembro, depois que a Justiça do Peru reteve seu passaporte e impediu sua saída do país por 18 meses, ampliando a investigação sobre supostas propinas em seu segundo mandato (2006-2011).

A empreiteira brasileira confessou à Justiça americana ter pago US$ 29 milhões em subornos a funcionários peruanos entre 2005 e 2014, período que compreende os governo de Toledo, García e Humala. Além disso, segundo a Procuradoria, García e outros 21 funcionários teriam atuado em conjunto para garantir que a empresa holandesa APM Terminals vencesse a licitação de concessão do Terminal Norte do porto de Callao em 2011.

O ministro de Relações Exteriores do Peru, Nestor Popolizio, disse que García já deixou a embaixada uruguaia em Lima, e a decisão foi comemorada por manifestantes, que protestaram nos últimos dias contra o pedido de asilo de García. Peru foi um dos países mais afetados pelo escândalo Odebrecht, tendo seus últimos quatro presidentes envolvidos em casos de corrupção.