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UE estuda aplicar novas sanções contra Rússia

Prisão de ucranianos abriu mais uma crise entre Moscou e Kiev

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A Comissão Europeia afirmou nesta terça-feira (27) que estuda aplicar novas sanções contra a Rússia por causa da apreensão de três navios e da prisão de 23 marinheiros e militares da Ucrânia, no último domingo (25).

O porta-voz do poder Executivo da União Europeia ainda convidou todas as partes a exercerem "máxima moderação", após os incidentes no Mar de Azov, que abriram uma nova escalada da tensão entre Moscou e Kiev.

Segundo a Comissão Europeia, "segue o trabalho para avaliar a eventualidade de novas sanções" por causa das pressões da Rússia sobre a Ucrânia.

No último domingo, as autoridades russas interceptaram um navio rebocador, o Yana Kapu, e dois canhoneiros ucranianos, o Berdiansk e o Nikopol, no Mar de Azov, que é ligado ao Mar Negro pelo Estreito de Kerch.

O episódio ocorreu nos arredores da Península da Crimeia, que pertencia à Ucrânia e foi anexada pela Rússia em 2014, ação que motivou a aplicação de sanções contra Moscou pela União Europeia.

Um tratado bilateral permite que Rússia e Ucrânia usem o Mar de Azov, mas Moscou alega que os navios entraram em suas águas territoriais. A Marinha ucraniana, por sua vez, disse tratar-se apenas de um "mal-entendido".

A crise fez o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, decretar lei marcial, quando a administração civil é substituída pela autoridade militar, por 30 dias. O chefe de Estado, no entanto, ressaltou que isso não significa uma "declaração de guerra".

A lei marcial não havia sido imposta por Kiev nem mesmo no auge dos conflitos separatistas no leste da Ucrânia, que já mataram mais de 10 mil pessoas. Poroshenko alegou que desta vez há uma "séria ameaça" de invasão por parte da Rússia.

A escalada da tensão chega a quatro meses das eleições presidenciais ucranianas, marcadas para 31 de março de 2019. As pesquisas dão vantagem para a nacionalista e europeísta Yulia Tymoshenko, que bateria Poroshenko em um eventual segundo turno.