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Autoridades intensificam busca e identificação de vítimas de incêndios na Califórnia

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As autoridades tentam, nesta quinta-feira, identificar as vítimas dos incêndios que mataram ao menos 59 pessoas na Califórnia com amostras de DNA proporcionadas por familiares, enquanto cerca de 300 pessoas continuam desaparecidas.

Os socorristas continuam a busca de vítimas do "Camp Fire", o incêndio mais letal da história do estado, com um balanço de ao menos 56 mortos e 56.000 hectares destruídos ao norte da capital, Sacramento.

"Acreditamos que identificamos 47 (das vítimas), mas estamos esperando confirmações de DNA", disse o xerife Kory Honea em uma coletiva de imprensa.

Materiais para fazer análises genéticas ultrarrápidas devem chegar nesta quinta-feira e "todos que acharem que um membro de sua família morreu podem vir deixar uma amostra de DNA", disse o xerife.

As tarefas de busca se concentram na localidade de Paradise, de 26.000 habitantes, duramente castigada pelas chamas.

Os efetivos dedicados a esta tarefa já somam 461 pessoas, auxiliadas por 22 cães especializados na busca por restos humanos.

Policiais já conseguiram localizar mais de 200 pessoas, assinalou o xerife.

Mas a lista de desaparecidos tinha aumentado para 300 na noite de quarta-feira, especialmente com idosos de Paradise, segundo o registro publicado pela polícia.

Centenas de quilômetros ao sul, perto de Los Angeles, o "Woolsey Fire" já fez arder quase 40 mil hectares, deixando ao menos três mortos.

O fogo foi declarado ali na semana passada, como no norte, e se espalhou rapidamente, afetando o célebre balneário de Malibu, onde foram levantadas ontem as ordens de evacuação para algumas regiões.

"Estamos no meio de um desastre", disse o governador da Califórnia, o democrata Jerry Brown, enquanto mais de 50.000 pessoas permanecem evacuadas e não poderão voltar para casa por várias semanas.

A Casa Branca informou nesta quinta-feira que o presidente Donald Trump viajará no sábado para a Califórnia para se reunir com as vítimas.

Trump se "reunirá com pessoas afetadas pelos incêndios florestais", disse uma porta-voz da Casa Branca. O presidente tinha expressado na quarta-feira seu apoio aos californianos no Twitter.

Mas no sábado provocou polêmica ao acusar o estado da Califórnia de "má gestão" florestal em áreas que, em sua maioria, estão sob controle federal.

"Paradise estava bem preparada para este tipo de emergência, mas este incêndio foi sem precedentes, resistente, e muita gente ficou presa", apesar das ordens de evacuação, declarou Brown.

Os bombeiros californianos receberam uma ajuda importante pelo ar, mas o fogo continuava avançando. No norte do estado, não está prevista chuva até o final da próxima semana.

Autoridades locais também emitiram um alerta de poluição do ar devido aos incêndios.

As famílias cujas casas foram incendiadas ainda não podem retornar. "É uma maratona, não um sprint, mas temos que trabalhar todos juntos na reconstrução", declarou Mark Ghilarducci, do serviço de emergências da Califórnia.

Carol Hansford, 83, disse à AFP em Chico, perto de Paradise, que deseja desistir. "Já fui evacuada duas vezes, acho que acabou para mim. Não quero mais estar no meio de pinheiros. Perdi tudo", lamentou.

Vários abrigos de emergência estão cheios e a precariedade causa problemas de saúde, segundo as autoridades locais citadas pelo jornal Sacramento Bee.

Em um abrigo em Chico, com 170 evacuados, entre 15 e 20 pessoas foram vítimas de um norovírus, que causa vômitos e diarreia, disse Lisa Almaguer, porta-voz do Departamento de Saúde Pública do Condado.

A origem dos incêndios não é clara, mas vítimas abriram um processo coletivo em San Francisco contra a empresa de eletricidade local Pacific Gas & Electricity (PG&E).

Segundo a denúncia, do advogado Mike Danko, que representa 20 vítimas do Camp Fire, o incêndio pode ter sido causado por "faíscas de solda" sobre uma linha de alta tensão da empresa.

A PG&E negou qualquer responsabilidade.

No último ano, a Califórnia foi afetada por vários incêndios maiores que deixaram um total de quase 100 mortos e queimaram centenas de milhares de hectares. A seca afeta duramente, há vários anos, grande parte deste estado do oeste dos Estados Unidos.

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