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A uma cerca do sonho

Primeiros migrantes de caravana chegam à fronteira dos EUA

Guillermo Arias/AFP -
Em Tijuana, migrantes de caravana composta por cidadãos de países centro-americanos observam cerca que divide México dos EUA
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Após pouco mais de um mês e uma jornada de mais de 4 mil quilômetros a pé e de carona, os primeiros integrantes de uma caravana de imigrantes, que saiu no dia 13 de outubro da cidade de San Pedro Sula, em Honduras, começaram a chegar na cidade de Tijuana, no México, que faz fronteira com os Estados Unidos.

O primeiro grupo a se aproximar da divisa entre os dois países tinha cerca de 400 pessoas, entre eles transsexuais e membros da comunidade LGBT que dizem sofrer perseguição nos locais onde moravam.

A maior parte da caravana, que se dividiu durante a jornada, ainda se encontra a caminho da fronteira, no estado de Sinaloa. A marcha partiu com cerca de 7 mil pessoas, mas atualmente aproximadamente 5 mil migrantes continuam a caminhada para chegar aos Estados Unidos.

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Em Tijuana, migrantes de caravana composta por cidadãos de países centro-americanos observam cerca que divide México dos EUA (Foto: Guillermo Arias/AFP)

Ao longo da travessia, cidadãos de outros países centro-americanos, como Guatemala e El Salvador, se juntaram à caravana. Há ainda outras duas marchas menores, com cerca de duas mil pessoas cada, que se dirigem à fronteira. Os migrantes pedem asilo político nos EUA, alegando sofrer com a violência e pobreza.

Ao chegar em Tijuana, no estado de Baja Califórnia, muitos migrantes correram até a praia para entrar no mar. Alguns arriscaram colocar a cabeça entre as grades metálicas que separam o México de San Diego, nos EUA.

A Casa Branca, no entanto, não está disposta recebê-los. Os Estados Unidos fecharam parcialmente, com barricadas e com arame farpado, as guaritas fronteiriças das cidades de San Ysidro e de Otay Mesa, que levam à Califórnia.

Além disso, em 9 de novembro, o presidente americano, Donald Trump, decretou que os pedidos de asilo só poderiam ser feitos por pessoas que entraram legalmente dentro dos Estados Unidos. A medida vai contra convenções internacionais sobre refugiados. O republicano ainda chamou os migrantes de “criminosos” e disse que eles queriam promover uma “invasão”. Para impedir sua entrada, Trump determinou o envio de 9 mil soldados para a fronteira sul.

O secretário de Defesa dos EUA, Jamis Mattis, foi para a fronteira de San Diego para tratar da questão. Vários outros grupos de migrantes são esperados em Tijuana nos próximos dias.

O gualtemalteco Victor de Leon disse em Tijuana que “noventa e nove por centro dos integrantes da caravana são pessoas de bem”. Ele afirmou ainda que os migrantes “esperam que Trump se dê conta da necessidade real que temos, que não estamos vindo para prejudicar, mas para encontrar uma oportunidade que nossos países negaram”.