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Confronto entre Israel e grupos armados de Gaza se agrava e faz temer nova guerra

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O confronto entre Israel e os grupos armados palestinos da Faixa de Gaza, o mais importante desde 2014, continuou se agravando nas últimas horas e faz temer uma nova guerra, apesar dos esforços internacionais para evitá-la.

Pelo menos seis palestinos morreram em menos de 24 horas, os dois últimos nesta terça-feira, nos ataques israelenses que respondiam ao lançamento de centenas de foguetes procedentes de Gaza que deixaram um morto e vários feridos em território israelense.

O homem falecido em Israel é um trabalhador palestino que tinha visto de residência, segundo os serviços de segurança israelenses.

Milhares de israelenses de Ascalon e de outras localidades próximas ao território passaram a noite percorrendo os abrigos.

Na Faixa de Gaza, ouviu-se durante toda noite o barulho dos ataques israelenses, que destruíram vários prédios, incluindo a sede da televisão do Hamas e os escritórios de um serviço de segurança.

O Exército israelense contabilizou cerca de 400 disparos de foguetes desde segunda-feira. Como resposta, disse ter atacado cerca de 150 posições militares do movimento islamista Hamas e de seu aliado, a Jihad Islâmica.

A escalada, deflagrada por uma incursão frustrada das forças especiais israelenses em Gaza, no domingo, acontece após meses de tensões que fazem temer uma nova guerra, a quarta em dez anos, entre Israel e Hamas.

A calma relativa reinava hoje na cidade de Gaza, onde as ruas estavam desertas, e as escolas, fechadas. A Faixa de Gaza tem dois milhões de habitantes que sofrem com a guerra, a pobreza e o desemprego.

Também foram anuladas as aulas nas localidades de Israel próximas ao território.

O Exército israelense enviou reforços de Infantaria e veículos blindados e mobilizou novas baterias antimísseis, embora ainda não tenha apelado para os reservistas, como fez em 2014. Um jornalista da AFP viu tanques que se dirigiam para a Faixa de Gaza.

Israel enfrenta, "sem dúvida, os disparos de foguetes mais intensos desde o verão de 2014 (...) e o ataque mais grave por parte de organizações terroristas contras as populações civis israelenses", disse um porta-voz do Exército, o tenente-coronel Jonathan Conricus.

O Exército israelense e os grupos armados palestinos trocaram ameaças e o braço armado do Hamas, as Brigadas de Ezzeldin Al-Qassam, advertiram que ampliariam seu campo de ação em função da resposta de Israel.

A escalada começou no domingo com uma infiltração das forças especiais israelenses, uma operação que terminou na morte de um tenente-coronel israelense e de sete palestinos, entre eles um comandante do braço armado do Hamas e vários membros das brigadas Al-Qassam.

Em represália, as brigadas Al-Qassam feriram gravemente um soldado em um ataque com um míssil, o que deflagrou a resposta israelense.

Dezenas de israelenses ficaram levemente feridos, sobretudo, por estilhaços, segundo os serviços de emergência. A maioria dos foguetes disparados de Gaza caiu em zonas desabitadas, indicou o Exército, mas alguns atingiram edifícios.

Em Ascalon, faleceu um trabalhador palestino originário da Cisjordânia, identificado como Mahmud Abu Asba, de 48 anos.

A Faixa de Gaza vive sob tensão desde março, e pelo menos 233 palestinos morreram desde então. Também faleceram dois soldados israelenses.

Egito e ONU estão há meses tentando mediar uma paz duradoura entre Israel e Hamas.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reúne amanhã seu gabinete de segurança, um foro limitado que trata das questões mais sensíveis, de acordo com a imprensa.

bur-lal/gk/pc/zm/tt