Da descoberta de que no século passado a estatura dos italianos era 15 centímetros menor do que a média de 2000 à revolução de televisores e novas tecnologias dentro de nossas casas. Pequenas coisas que criam grandes histórias estarão nas salas do M9, o Museo del Novecento (Museu do Século 20, em tradução livre), que será inaugurado no dia 1º de dezembro em Mestre, a zona em terra firme da cidade de Veneza.
O M9 foi idealizado pela Fondazione Venezia com um investimento que supera os 100 milhões de euros. Sem objetos, o museu se coloca como inteiramente multimídia, a fim de contar a história de "um século que não terminou e que continua a condicionar a nossa vida todos os dias".
O século 20, na Itália, foi um dos de maior contradição, com melhorias muito rápidas, e até impensáveis, na condição de vida e bem-estar da população, mas marcado pelas guerras mais destrutivas da história, além de crises econômicas sem precedentes.
"M9 é o primeiro museu onde a multimídia é colocada a serviço de um projeto cultural para conseguir comunicar aos italianos seu 'ser' e seu 'tornar-se'", disse o diretor da instituição, Marco Biscione.
O visitante não deve esperar encontrar quadros nas paredes, documentos, cartas ou primeiras páginas de jornais da época. O percurso, dividido em oito seções temáticas, apresentará uma experiência imersiva que leva o visitante a ser protagonista na construção de uma visão do século passado. Painéis interativos, imagens, vídeos, instalações, realidade virtual, áudios e outros aparatos tecnológicos serão a marca do museu.
Além da mostra permanente, um espaço de 1,4 mil metros quadrados localizado no terceiro andar inaugurará a primeira exposição temporária no dia 22 de dezembro, chamada "A Itália dos Fotógrafos. 24 histórias de autores", sob curadoria de Denis Curti. Nela, o país será contado por meio de 230 imagens, com cada fotógrafo propondo um projeto diferente.