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Síria reabre passagens com a Jordânia e com Golã, controlada por Israel

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A única passagem de fronteira entre a Síria e a parte das Colinas de Golã controlada por Israel foi reaberta nesta segunda-feira, depois de ficar fechada por quatro anos, assim como um posto de controle em uma estrada que liga o país à Jordânia.

Depois de três anos fechado, o posto fronteiriço sírio-jordaniano foi aberto às 08H00 (02H00 de Brasília). Vários veículos com placas jordanianas foram então autorizados a entrar na Síria.

O posto de Nassib controla uma estrada que era estratégica antes da guerra na Síria para o comércio entre os dois países e também para as trocas comerciais entre o Oriente Médio e a Europa.

Hicham Faliun, empresário sírio que vive na Jordânia, foi o primeiro a cruzar a passagem e explicou que quis ser "a primeira pessoa a entrar na Síria para mostrar a todo o mundo que é um país seguro".

Nas Colinas de Golã, resultado de um acordo anunciado na sexta-feira entre ONU, Israel e Síria, dois veículos das Nações Unidas atravessaram a barreira, aberta do lado israelense do cruzamento de Quneitra.

A reabertura é um novo exemplo da reconquista do território pelo regime de Bashar al-Assad, que é apoiado pela Rússia, Irã e o Hezbollah libanês, na guerra desencadeada em 2011.

Foi possível depois que as forças do regime expulsaram os insurgentes de quase toda a província de Quneitra.

Israel, oficialmente em estado de guerra com a Síria, ocupa desde 1965 grande parte das Colinas de Golã, que anexou em 1981. Esta anexação não é reconhecida pela comunidade internacional.

Em 2014, a Força das Nações Unidas de Observação da Separação (FNOUS), responsável por supervisionar o cessar-fogo entre Israel e Síria, precisou abandonar suas posições quando grupos rebeldes e extremistas tomaram a área. A missão retomou suas patrulhas em agosto.

Em um primeiro momento, a passagem será usada apenas para as operações dos soldados da ONU, informou o Exército israelense.

Antes da guerra, os drusos sírios que vivem na parte israelense das Colinas de Golã transitavam pela passagem para ir estudar ou se casar na Síria.

"Nos últimos meses, o Estado de Israel cooperou com os Estados Unidos e a ONU para reabrir a passagem", declarou o Exército israelense em comunicado.

As disputas entre Israel e Síria em 1967 e 1973 provocaram a fuga de milhares de sírios da região. Atualmente, apenas 18.000 drusos, apátridas que perderam suas nacionalidade síria e que recusam a identidade israelense, vivem nas Colinas de Golã.

jjm-kt-lal/gk/eg/mb/ll

Tags:

conflito | Israel | ONU | Síria