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Na ONU, Temer critica intolerância e guerra comercial

Presidente disse que Brasil continua aberto a venezuelanos

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O presidente Michel Temer abriu nesta terça-feira (25) a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, mantendo a tradição do Brasil de iniciar os discursos dos chefes de Estado. Temer fez duras críticas às políticas de isolacionismo, intolerância e unilateralismo, como as adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Segundo o brasileiro, vive-se um momento em que se "reavivam velhas intolerâncias", mas "esses desafios não podem, nem devem, nos intimidar".

"Diante do isolacionismo, o Brasil responde com mais abertura e integração. O Brasil sabe que nosso desenvolvimento comum depende de mais fluxos internacionais de comércio, de mais contato com novas ideias", afirmou Temer, destacando que o Brasil adota "uma política externa universalista".

Citando como exemplo o Mercosul, "que derrubou barreiras comerciais" e busca "uma América Latina cada vez mais unida", Temer criticou as políticas comerciais unilaterais. "O isolamento até pode dar uma falsa sensação de segurança. O protecionismo até pode soar sedutor. Mas é com a abertura e a integração que alcançamos o progresso", exaltou. Sobre a questão imigratória e o fluxo de venezuelanos que o Brasil tem recebido, Temer disse que o país "trabalha preservação da democracia e dos direitos humanos". "O Brasil tem recebido todos os venezuelanos que chegam ao nosso território, são dezenas de milhares, aos quais temos tentado dar toda assistência", afirmou. "No Brasil, temos a tradição do acolhimento. Tem um pedaço do mundo em cada brasileiro", ressaltou o presidente. Em seu discurso, Temer ainda citou questões internacionais como o conflito israelo-palestino - pontuando que o Brasil apoia a solução de dois Estados - e a guerra na Síria. Como o Brasil vem defendendo há muito tempo, Temer também pediu a reforma do Conselho de Segurança das Nações. "Como ele está, reflete um mundo que já não existe mais", disse.

O líder brasileiro ainda elogiou o Acordo de Paris e afirmou que o Brasil tem feito esforços para a redução do desmatamento e de produção de gás carbônico.

Ao fim do discurso, Temer falou das eleições presidenciais de outubro e garantiu que o país fará todo o processo seguindo as leis democráticas e a Constituição. "Em duas semanas, o povo brasileiro irá às urnas. A nossa é uma democracia vibrante, lastreada em instituições sólidas", ressaltou Temer.

De acordo com ele, durante seu governo - iniciado em agosto de 2016 após o impeachment de Dilma Rousseff - o Brasil retomou o crescimento econômico e "entrou nos trilhos". "Dissemos não ao populismo e vencemos a pior recessão da nossa história. Devolvemos o Brasil ao trilho do desenvolvimento. O país que entregarei a quem o povo brasileiro eleger é melhor daquele que recebi", afirmou.

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