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Juncker diz que nacionalismo é 'veneno perigoso'

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O presidente do parlamento da União Europeia (UE), Jean-Claude Juncker, discursou nesta quarta-feira (12) perante aos deputados do bloco em Estrasburgo, na França, e abordou temas como nacionalismo, imigração, Brexit e fronteiras na zona do euro.


"Digamos sim ao patriotismo que não afronta os outros, digamos não ao nacionalismo doente que detesta os outros, que tenta encontrar culpados em vez de soluções que nos permitam viver juntos", criticou Juncker, que também destacou que a Europa é um continente de abertura e tolerância. Para ele, o nacionalismo é "um veneno perigoso" e é preciso incentivar o "patriotismo iluminado".


Juncker também propôs o aumento do contingente permanente da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex), dotando-a de 10 mil agentes até 2020, além de defender a criação de uma agência europeia de asilo político, que direcionaria refugiados entre os países-membros da UE. O presidente afirmou que é preciso acelerar as deportações de imigrantes ilegais e abrir caminho para os migrantes legais, de forma que pessoas "qualificadas" ingressem no continente. "Não podemos, a cada vez que um navio chega às nossas costas, procurar soluções 'ad hoc' para as pessoas a bordo", declarou. 

Sem fronteiras


O luxemburguês também defendeu a não existência de fronteiras dentro do bloco.  "Temos de demonstrar que a UE pode superar as diferenças entre o norte e o sul, o leste e o oeste. A Europa é pequena demais para se dividir. Um dia será em dois, no futuro em quatro. Devemos demonstrar que juntos podemos construir uma Europa mais soberana", declarou, referindo-se à possível fronteira física que poderá ser construída entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte, motivada pela saída do Reino Unido da UE.
"Respeitamos a decisão do Reino Unido de abandonar a nossa união, mas a lamentamos profundamente. Também pedimos ao governo britânico que entenda que alguém que abandona a UE não pode estar na mesma posição privilegiada dos demais Estados-membros.


Se saem da UE, evidentemente já não são parte integrante do nosso mercado interno", afirmou. O discurso também teve críticas às decisões comerciais unilaterais no cenário global e a defesa de uma maior soberania militar e econômica da Europa, em que a valorização do Euro teria papel central.


Este provavelmente foi o último discurso de Juncker como presidente do Parlamento Europeu já que, durante a próxima sessão, em outubro do ano que vem, ele estará participando do processo de transição para o novo comandante da entidade.