O presidente da Comissão de Arbitragem do Rio de Janeiro, Jorge Rabello, criticou o projeto de lei que regulamenta a atividade de árbitro de futebol, aprovado nesta quarta-feira, na Câmara dos Deputados. A matéria institui a profissão de árbitro de futebol no Brasil, mas não deixa margem para que os juízes tenham vínculo empregatício com as federações estaduais ou a CBF. Na prática, portanto, eles continuam atuando como autônomos, assim como ocorre hoje, com a atividade ainda sendo considerada amadora.
Para Rabello, houve interferência da Bancada da Bola:
"Por enquanto, não vejo motivos para comemorar. Está bem claro que a lei sofreu alterações, e a comunidade da arbitragem não sabe quais. Eu tenho certeza que foi coisa da Bancada da Bola, que descaracterizou o vínculo empregatício, por exemplo, evitando que qualquer árbitro possa entrar na Justiça para ter seus direitos reconhecidos", explica.
O projeto ainda voltará ao Senado, onde poderá sofrer novas alterações. Na Câmara, os deputados comemoraram a aprovação, considerada por eles um grande avanço para o futebol brasileiro. Entre as determinações, fica instituído o crime de arbitragem fraudulenta, com pena prevista de seis meses a dois anos. O único país onde os árbitros são profissionais assalariados é a Inglaterra. A FIFA, entidade máxima do futebol, é contra esse tipo de medida.