Na última quarta-feira (14/12), a Comissão de Seguridade da Câmara dos Deputados não votou o projeto que taxa grandes fortunas, velho pedido de quem defende a melhor distribuição de renda do país. Enquanto a oposição argumentava que seria melhor incluir o projeto na Reforma Tributária, seus defensores lembravam que o imposto já estava previsto na Constituição de 1988, mas tem sido ignorado desde então. A discussão, no entanto, não durou muito. O deputado Eleuses Paiva (PSD-SP) tratou de pedir a verificação do quórum da sessão, derrubando-a e adiando o andamento do projeto para o ano que vem.
Dói no bolso
Coincidência ou não, Eleuses Paiva seria um dos afetados diretamente pela taxação de grandes fortunas. Nascido em Santos, o deputado tem seis fazendas e clínicas de medicina nuclear no interior de São Paulo. No total, o patrimônio do parlamentar é de R$ 7,6 milhões. Pelo projeto de lei, ele teria que passar a pagar R$ 14,4 mil em função da sua fortuna.
Dói no bolso II
Uma das defensoras do imposto, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) publicou um artigo no qual aponta que o imposto sobre grandes fortunas contribuiria com R$ 14 bilhões para a Saúde. De acordo com o projeto de lei, apenas pessoas com patrimônio superior a R$ 4 milhões serão taxadas.