A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), avançou 1,6% na comparação com janeiro de 2016. A alta do índice foi influenciada pela melhora nas expectativas para os próximos meses – um movimento típico de início de ano. Na comparação anual, no entanto, a ICF registrou queda de 33,2%. Somando 78,7 pontos, numa escala de 0 a 200, o índice está em nível bastante baixo em termos históricos e reflete a percepção de insatisfação dos 18 mil entrevistados com as condições correntes.
A maior parte dos componentes da pesquisa registraram alta na comparação mensal, com destaque para a intenção de compra de bens duráveis, que teve aumento de 4,5%. O único subíndice com queda foi Compra a Prazo, que mostrou retração de 1,3% na comparação com janeiro. Segundo a CNC, esse resultado deve-se ao elevado custo do crédito, aliado ao alto nível de endividamento e ao aumento do desemprego.
“A confiança do consumidor parou de cair em janeiro e ensaia alguma melhora. Com avaliações ainda muito desfavoráveis sobre a situação presente da economia e expectativas pessimistas em relação aos próximos meses, ainda é precipitado falar em reversão consistente de tendência, haja vista os fracos resultados recentes do varejo”, explica Juliana Serapio, assessora Econômica da CNC.
Analisando as condições atuais e as perspectivas futuras da economia doméstica, a previsão da Divisão Econômica da CNC é que o volume de vendas do varejo apresente retração de 3,9% em 2016.
Ranking por renda
Na divisão por faixas de renda, na comparação mensal o nível de confiança das famílias mais ricas foi maior e apresentou elevação de 2,3%. Já para quem tem renda abaixo de dez salários mínimos o aumento foi de 1,5%. O índice das famílias com renda acima de dez salários mínimos está em 81,9 pontos, e o das demais, em 78,2 pontos.
Ranking regional
Na base de comparação mensal os dados regionais revelam que a maior retração ocorreu na região Sul (-2%), em que o índice permanece abaixo de 100 pontos, em conjunto com todas as outras regiões. A avaliação menos desfavorável ocorreu na região Centro-Oeste, com aumento de 3,1%.
No comparativo anual todos os componentes da ICF registraram queda, sendo a maior naquele que mede o momento para a compra de bens duráveis, com recuo de 49,3% em relação a janeiro de 2015. O componente Perspectivas de Consumo é o segundo subíndice com maior queda anual, de 45,4%.
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