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Ministro da Cultura diz que Juca Ferreira ajudou na "demonização” da Lei Rouanet

E falou mais: para ele, manifesto de elenco do filme "Aquarius" em Cannes foi "totalitário"

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Marcelo Caleiro, ex-secretário de cultura do Rio e atual Ministro da Cultura no governo interino de Michel Temer (PMDB), concedeu entrevista ao colega Jorge Bastos Moreno no Canal Brasil - via sinal por assinatura. Caleiro não poupou crísticas a Juca Ferreira, seu antecessor no comando da pasta. Para ele, o ex-ministro contribuiu para a “demonização” da Lei Rouanet. “A gente está num processo de busca de ajustes. Não podemos demonizar e satanizar a Lei Rouanet. Acho que a gestão anterior contribuiu inclusive para isso. A gente não pode pegar um ou outro caso, de um musical que poderia ter conseguido, sem a Lei Rouanet, a sua viabilidade, e dizer que a lei é uma porcaria e jogar tudo na lata do lixo. Hoje, a Lei Rouanet patrocina orquestras Brasil afora, museus importantíssimos. Se não fosse a Rouanet, a Orquestra Sinfônica Brasileira não existiria”, justificou.

Já em relação ao protesto que a turma (lê-se Humberto Carrão, Maeve Jinkings, Sônia Braga, Kléber Mendonça Filho e cia) do filme "Aquarius" realizou no red carpet do último Festival de Cannes, na França, com placas com dizeres como “O mundo não pode aceitar esse governo ilegítimo”, “54.501.118 de votos foram queimados”, “Um golpe está acontecendo no Brasil”, “Dilma, vamos resistir com você” e “Misóginos, racistas e impostores como ministros”; o escolhido de Temer para cuidar da cultura disse que o ato foi “quase infantil” e “até um pouco totalitário". Segue: “Eu acho muito ruim, em nome de um posicionamento político pessoal, causar prejuízos à reputação e à imagem do Brasil. Estão comprometendo (a imagem do país) em nome de uma tese política, e isso é ruim. Eu acho até um pouco totalitário, porque você quer pretender que aquela sua visão específica realmente cobre a imagem de um país inteiro. Eu acho que a democracia precisa ser respeitada e acho que é um desrespeito falar em golpe de Estado com aqueles que viveram o golpe realmente, o de 64. Pessoas morreram. E as pessoas esquecem isso. Então eu acho de uma irresponsabilidade quase infantil”.