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Eles vêm dos Correios. Mas vêm também do Balança. Eles vêm de mãos dadas, enquanto os fogos estouram anunciando a chegada da grande hora. Ao microfone, um presidente, dirigente ou intérprete convoca as arquibancadas. Gritos de guerra, lágrimas rolando pela fantasia até chegarem à pista e formarem um verdadeiro rio de emoções. Toca a sirene. Soa o repique. Pronto.
Ano após ano o ritual é o mesmo. E, como se não tivéssemos conhecimento do roteiro a seguir, nos arrepiamos. Como se fôssemos cada um dos milhares que passam pela Marquês de Sapucaí defendendo as cores de seu pavilhão. Esta é a magia dos desfiles das escolas de samba. A energia que brota do sorriso de cada componente de cada agremiação é tão intensa que fica difícil não ser "eletrificado". A ponto de ocorrer um curto-circuito da razão. Que vontade de se jogar naquele mar de cores, não é mesmo?
Roda a baiana. Baila o mestre-sala. Rebola a passista. Arrepia a Velha Guarda. Personagens tão típicos, tão íntimos, tão nossos que nem parecem ficar tão distantes da gente no período monótono que existe entre um Carnaval e outro. A cada reencontro com essas peças-chaves da folia abrimos os braços como um amigo que morto estava de saudade, mas que agora só quer saber de chuva de confete para celebrar o início de mais uma maratona de samba, suor e apoteose. Evoé!
Mergulhamos nos arquivos históricos do CPDoc do Jornal do Brasil para colher os melhores flagras dessa festa popular e carioquíssima. Dos desfiles na Avenida Presidente Vargas, passando pelos tempos de Avenida Rio Branco até o atual Sambódromo. Coube ao videomaker Vinícius Pereira reunir as imagens e criar a atmosfera para você mergulhar nessa viagem ao passado tão presente e futuro.
Por Pedro Willmersdorf