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Até sexta-feira, o Brasil estava no 26º lugar no quadro de medalhas das Olimpíadas de Londres, com duas medalhas de ouro, duas de prata e sete de bronze, onze no total. Mas os jogos só acabam assim que os londrinos passarem a responsabilidade para nós, os brasileiros, que sediaremos a próxima edição das Olimpíadas. Além de atletas e treinadores, um avião decolou do Aeroporto Internacional do Galeão repleto de ingredientes indispensáveis para que a equipe de Roberta Sudbrack preparasse as refeições de cada integrante da delegação brasileira em Londres. Eram cerca de 800 pratos por dia e uma panela enorme de brigadeiro de colher para as equipes que voltassem à vila olímpica com uma vitória em quadra, em campo, na pista ou na piscina.
Roberta já está de volta ao Rio, mas deixou representantes de sua equipe em Londres. Aqui, a premiada chef apaixonada por esportes desde pequena nos conta (e mostra, em cliques exclusivos) a experiência de viver uma Olimpíada. Com vocês, Roberta Sudbrack.
"O trabalho foi árduo, duríssimo mesmo. Servíamos por volta de 500 refeições por dia, mas isso é só para você ter uma ideia, porque se formos pensar no quanto um atleta come, pode-se dizer que servíamos por volta de 800 refeições por dia! Independente da pauleira, com certeza foi uma das experiências mais marcantes da minha vida. Dividir o dia-a-dia com os atletas, vibrar com as vitórias, vivenciar as expectativas, sofrer com as derrotas e o mais prazeroso de tudo: alimentá-los. Não tem preço uma experiência como essa e, para mim, que fui atleta (joguei handebol, fui goleira), foi realmente como realizar um antigo sonho, não através do esporte, mas, o mais bacana ainda, através do meu ofício!
Cada vez que o olhinho de um atleta brilhava ao avistar o arroz com feijão, eu me sentia vitoriosa. Na minha preparação, conversei com muitos atletas para tentar entender um pouco do que viveria e como deveria criar o cardápio, e todos sempre me diziam a mesma coisa: ninguém participa de uma Olimpíada e volta para casa da mesma maneira! Posso dizer hoje que é a mais pura verdade. É, sem dúvida, uma experiência de vida única e absurdamente repleta de aprendizados.
Eu voltei, mas deixei uma equipe minha chefiando a cozinha olímpica até o ultimo dia das Olimpíadas. Tudo o que é servido para os atletas é preparado artesanalmente, na cozinha não entra nenhum tipo de produto industrializado. Desde os molhos até os doces, tudo é preparado diariamente com os melhores ingredientes de fornecedores selecionados previamente por nós."