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Nós, aqui da coluna, estamos cansados de cruzar ruas e avenidas do Rio esbarrando em malabares, tochas de fogo e acrobacias mirabolantes, não só executadas, infelizmente, por meninos de rua, como também por grandes artistas circenses que encontram sob os sinais de trânsito uma forcinha no orçamento ao fim do mês.
Mas, é claro, não só na Cidade Maravilhosa rola esse picadeiro sem lona, como nos mostra a exposição Sinal vermelho - os artistas invisíveis dos semáforos, que rola, a partir do dia 05, na Galeria de Exposições do Espaço Cultural da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Ficamos encantados com os cliques feitos, durante 18 meses, pelo fotógrafo francês francês Guy Blanc e indicamos o programa a todos que estiverem por agora em nossa capital federal. Mas, no entanto, a beleza plástica das imagens esbarra na tristeza que aflige estes artistas de rua.
"Quando eles passam o chapéu para colher uma contribuição pelo espetáculo apresentado, se deparam com a frieza e a indiferença dos motoristas em seus carros com janelas fechadas", lamenta o fotógrafo, que se encantou por Brasília, veja só, após ser apresentado ao distrito pelas mãos de Oscar Niemeyer, protagonista de um documentário realizado por Blanc para uma emissora francesa.