ASSINE
search button

Com trama inusitada, 'O levante' mostra rebelião de idosos

No longa, que integra a mostra Première Latina, um clone de Jesus é descoberto

Compartilhar

O que levaria os velhinhos de um asilo a se rebelarem contra a autoridade de um enfermeiro substituto? No caso do filme O levante (La sublevación, Argentina/Brasil, 2011), o furor é causado por uma notícia um tanto quanto incrível: a descoberta de um clone adulto de Jesus Cristo.

Mas vamos ao princípio da trama: a amável enfermeira Rosa está prestes a tirar férias e, como faz todos os anos nesse período, sai escondida deixando seu filho em seu lugar.

Apelidado de "A bruxa" pelos internos, o rapaz logo prova ser merecedor do apelido, e inferniza a vida dos aposentados, os deixando até mesmo sem sua maior distração: a televisão. O "castigo", no entanto, não os impede de continuar acompanhando as notícias sobre a clonagem do Salvador e, quando descobrem que ele contraiu AIDS para ajudar a namorada, que também havia sido infectada, se unem em um levante para ajudar ao cientista do grupo a fugir do asilo na surdina, em destino à Antártida, onde os maiores cientistas do mundo haviam se reunido em busca da cura para a doença. 

Além da trama inusitada, que se desenvolve por uma estrutura narrativa muito bem trabalhada, o filme tem diversos outros méritos. A direção de atores, a maioria deles octogenários, é excelente e os aspectos técnicos, como fotografia e edição, também não deixam a desejar. 

Os poucos defeitos da produção se tornam insignificantes diante da capacidade de produção de uma história que, por parecer tão estranha, poderia ter diversas pontas soltas, mas arranca aplausos de pé da plateia. 

 Cotação: **** (Excelente)