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Chanel, tendência ecológica

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Paris - nem se discute se a coleção foi linda ou mais ou menos: importante foi a mensagem ecológica da apresentação hoje pela manhã da grife mais importante de Paris, dirigida por Karl Lagerfeld. A começar pela ambientaçào no grande salão do Grand Palais, com piso de placas solares e postes com turbinas de captação de energia eólica. O barulho das pás abriu o desfile, em seguida entrou a música tradicional dos shows. 

Na moda, as referências da criadora original, como as pérolas aplicadas em modelos brancos - vestidos, vestes, blusas - e nos cabelos, presos com uma pérola e outra caída nas costas. Outra lembrança, o tweed, provavelmente feito a partir de fios e retalhos reciclados. Como complemento, grandes chapéus de abas largas, em acetato ou vinil transparente. Aliás, é uma ideia que se repete nos acessórios, a transparência. Os sapatos ou são de biqueira escura e pulseira transparente no tornozelo ou um sandália esportiva, de solado grosso listrado e tiras largas cruzadas. As bolsas, com exceçao do modelo de praia, que parece feito com dois bambolês, são pequenas e rígidas como caixinhas. 

No lugar dos clássicos tailleurs, típicos da marca, os looks montam vestidos ou calças skinny com boleros curtos. Muitos vestidos têm forma evasê discreta. No final, uma série de longos brancos com flores bordadas. Bonito, comercial e muito atual. Chanel representa a indústria do luxo, da moda, um setor que polui pelos corantes, gasta muita água, muita energia, usa o nylon e os sintéticos feitos a partir do petróleo. Mas o trabalho de Lagerfeld dá este alerta de sustentabilidade e preservação do planeta. No mínimo, pela camiseta com a estampa de turbinas eólicas, um sonho de consumo dos verdes. Convém lembrar que o Partido Verde começou na Alemanha, e Lagerfeld é alemão. Quem ganha com isto? A moda de Paris.