DE PARIS - Neste primeiro dia das coleções do inverno 2012/13 no hemisfério norte, nem uma modelo nem um estilista conseguiram competir com a história da jornalista Edith Bouvier, sofrendo para ser libertada na Síria.
Em todo caso, como a moda continua antecipando as estações, em Paris, o que se viu foi que as cores fortes do color blocking do verão serão substituídas pela volta do preto e da alfaiataria.
E ninguém pense que há falta de novidades: os primeiros desfilantes demonstram que é possível ainda inventar muita coisa a partir destes dois temas.
Novos pretos - o que normalmente é visto
em tecidos foscos ou malhas, aparece agora em tecidos com brilho de cetim. Para
dia ou noite, como sugerem Anthony Vaccarello e Steffie Christiaens, em duas
coleções de
calças
estreitas e camisas masculinas. O couro dá outra versão para o preto, nas saias assimétricas,
com metade cortada em tiras, em Fatima Lopes.
Louca alfaiataria - novamente Vaccarello, que
distorceu os paletós, cortou pedaços, deixou pela metade e completou com bustiês
torcidos. Moon Young Lee fez mais bonito, em casacos longos e calças
estreitas, complementadas por coturnos pretos e boinas com os cabelos virados
por cima, como se pegassem ventanias.
Corpo humano - esta foi a prova de que as referências
podem ser iguais, com resultados muito diferentes. Há dois
anos, a carioca Mara MacDowell pensou no corpo humano, nas veias e na coluna
vertebral para um estilo de verão. Nesta semana parisiense, a portuguesa Fatima Lopes
usou o tema À Flor da Pele, um estudo da morfologia do corpo
humano, com estampas de sistema venoso, cores de pele, a mesma coisa. Uma
coleção
completamente diferente da brasileira, já que Fatima partiu para silhuetas recortadas em couro
preto, saias com aberturas diagonais fechadas por tiras de couro, blusões com
mangas de pele e a corrente sanguínea representada na estampa escura.