O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou nesta quarta-feira (2) a criação da Equipe de Atletas Olímpicos Refugiados (ROA), que participará dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Segundo a entidade, a ideia é dar a chance de disputa àqueles que estão sem poder representar nenhuma nação.
"Ao dar as boas-vindas ao time de atletas refugiados para participarem do Rio 2016, nós queremos enviar uma mensagem de esperança para todos os refugiados do mundo. Não tendo uma seleção para participar, uma bandeira para hastear ou um hino nacional para ser tocado, esses atletas serão bem-vindos aos Jogos com a bandeira e o hino olímpicos", escreveu em nota a entidade.
Segundo o COI, os atletas não terão tratamento especial e morarão na Vila Olímpica como todos os outros participantes. Porém, eles terão todos os gastos pagos pela Comissão Olímpica de Solidariedade. O tamanho do ROA ainda não foi definido, mas 43 atletas "com potencial olímpico" foram identificados e estão recebendo ajuda para treinar.
"Não temos nenhuma meta e tudo depende das qualificações esportivas. Essa equipe pode ter entre cinco e 10 atletas, provavelmente", informou o presidente do COI, Thomas Bach. Por causa da guerra civil síria, e de outros conflitos no Oriente Médio e norte da África, uma intensa onda imigratória foi registrada em 2015.
Considerando os números apenas daqueles que chegaram à Europa, são mais de um milhão de pessoas deslocadas de suas nações. Na Turquia, que recebe o maior fluxo de sírios do mundo, esses números ultrapassaram dois milhões no ano passado.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a crise imigratória iniciada - em menor escala em 2013 e que teve seu ápice em 2015 - é a maior desde o fim da Segunda Guerra Mundial.