Tenista número um do mundo, mas profundo conhecedor e apaixonado pelo Real Madrid, Rafael Nadal deu o ar da sua graça na tarde deste domingo no Maracanã. Momentos antes de a bola rolar para Vasco x Flamengo, Nadal foi ao gramado, deu o pontapé inicial, cumprimentou os capitães Léo Moura e Guiñazu e falou da emoção de estar no campo do que chamou de "estádio mítico".
"É muito bom estar aqui, a sensação é muito boa", disse o espanhol ao sair do gramado, cercado por um batalhão de jornalistas. Ele chegou ao Maracanã por volta de 15h30. "É uma cidade muito bonita, estar aqui é algo que não tem preço", disse ainda, bastante simpático, antes de se dirigir para o camarote da empresa que patrocina a realização do Rio Open, a IMX. Ele acompanhará o clássico de lá.
Rafael Nadal está no Rio de Janeiro para a disputa do Rio Open, torneio ATP 500 que teve início neste final de semana com a fase de qualyfing. Nadal é o cabeça de chave número 1, e terá como maior desafiante ao título o compatriota David Ferrer, cabeça de chave 2 da competição e atual número 5 do ranking da entidade.
Apaixonado por futebol e torcedor fanático do Real Madrid, Nadal poderia ter tido, do gramado, uma visão mais privilegiada do que já foi o maior estádio do mundo. Isso porque o Maracanã encontra-se muito longe do apelido do "clássico dos milhões", o primeiro no estádio depois da reforma para a Copa das Confederações e Copa do Mundo da Fifa.
Quando a bola rolou, nenhum dos setores tinha lotação e a perspectiva atual é de que não mais do que 20 mil pessoas tenham adquiro ingresso (entre R$ 80 e R$ 250, com meia entrada). Como forma de protesto, um torcedor vascaíno estendeu uma faixa, atrás de um dos gols, com os dizeres: "Ingresso a R$ 80: começou a Copa do Mundo".
Antes do clássico começar, teve tempo ainda para uma homenagem ao cinegrafista da Bandeirantes Santiago Andrade, morto ao cobrir uma manifestação contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro. Ele foi atingido na cabeça por um artefato explosivo. Flamenguista doente, ele foi homenageado com um minuto de silêncio.
Além disso, em defesa ao meia Tinga, do Cruzeiro, que sofreu com o racismo da torcida do Real Garcilaso, do Peru, na estreia do Cruzeiro na Libertadores da América na última quarta-feira, o Vasco entrou com uma faixa lembrando que "esta luta também faz parte da nossa história". O clube foi o primeiro no futebol brasileira a permitir que negros integrassem o elenco.